Por Sandro Sacchet de Carvalho
Os dados dos rendimentos do trabalho do primeiro trimestre de 2025 apresentaram uma elevação da renda em relação ao trimestre anterior, marcando o pico da série histórica iniciada em 2012. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4%. Entretanto, estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real alcançou o pico em fevereiro de 2025 (R$ 3.528,00), tendo recuado em abril para R$ 3.408,00, valor 3,4% menor.
Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2024 foram registrados no Sul e no Nordeste, entre os trabalhadores mais jovens (entre 14 e 24 anos) e com ensino médio incompleto. Apenas trabalhadores mais velhos ou no Centro-Oeste apresentaram um fraco aumento na renda, abaixo de 2%.
Na análise por tipo de vínculo, assim como no trimestre anterior, os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual da renda acima dos demais tipos de vínculo (4,7% e 4,3%, respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 3,5%, mantendo taxas de crescimento mais lento que as categorias informais desde o início de 2022.
Por setor, no primeiro trimestre de 2025, a agricultura mostrou uma recuperação do rendimento habitual (4,8%), após ter sido claramente o setor que obteve o menor crescimento da renda ao longo de 2024. Além da agricultura, os maiores aumentos interanuais da renda habitual foram observados em construção (5,5%) e educação e saúde (4,5%). A renda média habitual do comércio cresceu apenas 1,6% no primeiro trimestre deste ano, sendo o setor de menor crescimento, seguido do setor de serviços pessoais e coletivos com 2%.
Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No primeiro trimestre de 2025, o índice de Gini da renda domiciliar recuou para 0,515. Já o índice de Gini da renda individual caiu de 0,492 para 0,485 entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025.
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