Todos os posts de Rodrigo Rangel da Costa

Balança comercial, balanço de pagamentos e câmbio

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

A análise dos dados recentes da balança comercial mostra redução do saldo, causada tanto por queda nas exportações quanto por aumento nas importações, mas principalmente pelo último. Os termos de troca, relevantes para o nível de atividade, que cresceram em 2023, têm oscilado em 2024, mas a média dos primeiros oito meses deste ano é 5,6% superior à do mesmo período do ano passado.

No balanço de pagamentos, o déficit em transações correntes nos primeiros sete meses deste ano foi maior em US$ 13 bilhões do que no mesmo período do ano passado, aproximadamente dobrando de valor – em percentual do PIB, passou de 1% para 2%. Uma reclassificação dos criptoativos eliminou uma das fontes de diferenças entre a balança comercial do Banco Central e a da Secretaria de Comércio Exterior.

O real passou por significativa desvalorização em junho e em julho, apesar de o dólar não ter se valorizado em relação a outras modas conversíveis e do diferencial de juros ter se alterado em favor do real. O aumento do risco-país medido pelo CDS, este compatível com a perda de valor da moeda, ocorreu ainda em outros países latino-americanos, que também viram suas moedas sofrerem consideráveis desvalorizações.

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Inflação por faixa de renda – agosto/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em agosto, na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma forte desaceleração da inflação para todas as classes de renda pesquisadas. No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 0,09% em julho para -0,19% em agosto, refletindo, sobretudo, a deflação dos alimentos no domicílio e das tarifas de energia elétrica. Já para as famílias de renda alta, embora as quedas dos preços dos alimentos e da energia, juntamente com a deflação das passagens aéreas, também tenham contribuído para um alívio inflacionário em agosto, estas não foram fortes o suficiente para anular os efeitos altistas vindo dos reajustes das mensalidades escolares, dos planos de saúde e dos serviços pessoais.

Dessa forma, mesmo diante de um recuo em relação a julho (0,80%), a taxa de inflação dessa classe ainda registrou variação positiva em agosto (0,13%). Em que pese esse aumento mais forte da inflação em agosto para a faixa de renda alta, no acumulado do ano, a taxa apurada nesse segmento (2,58%), encontra-se em patamar inferior ao registrado pela classe de renda muito baixa (2,76%). No acumulado em 12 meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,72%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,97%).

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Dados Xls



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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em agosto de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), agosto de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 22,8 bilhões nas contas do governo central. Conforme mostra a tabela 1, a receita líquida do governo central atingiu R$ 148,4 bilhões nesse mês, um crescimento de 5,8% em termos reais, comparativamente ao apurado em agosto de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 171,2 bilhões, um acréscimo de 1,9% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 100,1 bilhões, a preços constantes de agosto, ante o déficit de R$ 109,3 bilhões no mesmo período de 2023.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do segundo trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do segundo trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda iniciado no segundo semestre de 2023. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 5,8%. Entretanto, estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real alcançou o pico em abril de 2024 (R$ 3.255,00), tendo recuado até R$ 3.187,00 em julho de 2024, valor 2,1% menor.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda, na comparação com o mesmo período de 2023, foram registrados no Nordeste, entre os trabalhadores mais velhos (acima de 60 anos) e com ensino superior. Apenas trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou escolaridade inferior apresentaram fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Centro-Oeste, entre os jovens (14 a 24 anos) e em regiões metropolitanas.

Na análise por tipo de vínculo, foram os trabalhadores por conta própria, empregados sem carteira e do setor público apresentaram crescimento interanual da renda acima de 7% (7%, 7,9% e 7,4% respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram crescimento de 4,4%, mantendo taxas de crescimento mais lentas que as demais categorias desde o início de 2023.

Por setor, no segundo trimestre de 2024, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de construção, agricultura e serviços profissionais, com queda interanual de 1,0%, e aumentos de 0,5% e de 2,1%, respectivamente. Já os trabalhadores da indústria e da administração pública mostraram crescimento superior a 8,0%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No segundo trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar se manteve em 0,520. Já o índice de Gini da renda individual subiu de 0,490 para 0,492 entre o primeiro e o segundo trimestres de 2024.​

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Desempenho do PIB no segundo trimestre de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o produto interno bruto (PIB) acelerou no segundo trimestre de 2024, avançando 1,4% na comparação com o período imediatamente anterior, na série já livre de efeitos sazonais. Na comparação interanual, o resultado também foi positivo, com alta de 3,3% sobre o segundo trimestre de 2023. Com isso, o PIB registrou crescimento de 2,5% na comparação acumulada em quatro trimestres. Os resultados nos surpreenderam positivamente, posto que na Nota de Conjuntura no 63, divulgada em junho deste ano, prevíamos crescimento de 1,3% na comparação interanual, com avanço de 0,5% na margem. Já em relação à sua composição, o desempenho do PIB no segundo trimestre não trouxe maiores surpresas perante nosso cenário.

Nosso diagnóstico à época previa que o crescimento da economia em 2024 seria liderado pela demanda interna, com maior participação dos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico, estimulados até então pela trajetória de queda nas taxas de juros e por políticas de sustentação de renda do governo. Tal combinação, prevíamos, resultaria num efeito estimulador tanto sobre o consumo de bens de serviços quanto sobre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Com efeito, num cenário caracterizado por um mercado de trabalho aquecido, estoques ajustados e por um nível de utilização de capacidade rodando acima da média histórica, uma parcela desta demanda adicional seria atendida via aumento da produção industrial, estimulando também a recuperação dos investimentos. Da mesma maneira, prevíamos que uma parcela significativa desta demanda seria suprida pela aceleração das importações, resultando numa provável contribuição negativa das exportações líquidas sobre o crescimento do PIB.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – maio de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou queda de 0,7% na comparação entre maio e abril na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão da retração de 0,7% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e de uma queda de 6,6% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O resultado em maio representou a segunda variação negativa na série dessazonalizada. Ainda assim, o trimestre móvel encerrado neste mês cresceu 1,8% na margem. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 1,3% em relação a abril de 2023, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 3,0%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 0,1%, contrastando com a elevação de 1,3% apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

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Dados Xls



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Inflação por faixa de renda – junho/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em junho, embora tenha ocorrido desaceleração da inflação para todas as classes de renda pesquisadas, esta foi mais significativa para o segmento de renda alta. Por certo, após registar alta de 0,46%, em maio, a taxa de inflação das famílias de renda alta recuou para 0,04% em junho, favorecida, sobretudo, pela queda das tarifas aéreas e dos transportes por aplicativo. Já para as famílias de renda muito baixa, a desaceleração da inflação foi menos intensa – de 0,48%, em abril, para 0,29%, em maio –, tendo em vista que além de não se beneficiarem da deflação das passagens aéreas, o aumento dos preços dos alimentos no domicílio impacta proporcionalmente mais o custo de vida deste segmento.

Com efeito, a alta dos preços dos alimentos ao longo do ano é o principal fator de pressão sobre a inflação da classe de renda muito baixa, cuja taxa acumulada de 2,87%, em 2024, situa-se bem acima da registrada pelo estrato de renda alta (1,64%). No acumulado em 12 meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,66%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,79%). ​

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Dados Xls



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Impacto das chuvas no setor agropecuário do Rio Grande do Sul: revisão da produção do estado e nova estimativa para o PIB agropecuário brasileiro

Por Diego Ferreira, Ana Cecília Kreter e Pedro Mendes Garcia​

Esta Nota Técnica traz o acompanhamento das principais lavouras do Rio Grande do Sul após os eventos climáticos adversos enfrentados na região. Para tanto, são apresentadas as novas estimativas de produção, a dinâmica recente dos preços internos e simulações de impacto das perdas nas lavouras riograndenses sobre o crescimento do valor adicionado do setor agropecuário brasileiro em 2024 – o produto interno bruto (PIB) da agropecuária.

As recentes chuvas no Rio Grande do Sul tiveram impactos significativos sobre a produção agrícola do estado, especialmente em suas principais culturas: soja, milho, trigo e arroz. Segundo levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e relatórios de instituições locais como a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), as chuvas intensas e inundações afetaram áreas consideráveis de plantio, resultando em perdas substanciais de produtividade e no comprometimento de lavouras ainda a serem colhidas.

Na cultura da soja, por exemplo, estima-se que aproximadamente 110,3 mil hectares foram impactados pelas enxurradas, resultando em perdas de até 2,71 milhões de toneladas da oleaginosa. Isso corresponde a cerca de 12,2% da produção de soja estimada para o estado. Ainda que o Rio Grande do Sul deva registrar aumento na produtividade e recorde na produção total de soja no ano-safra 2023-2024, as adversidades climáticas em todo o país resultaram em impactos significativos sobre a estimativa de produção total, contribuindo para uma redução de 8,6% na produtividade média da cultura em âmbito nacional.

No caso do milho, as perdas no Rio Grande do Sul foram avaliadas em 113,7 mil hectares, resultando em uma diminuição de 354,19 mil toneladas na produção total estimada do cereal para o estado. Apesar das perdas, o estado também deve registrar um aumento na produção total do grão devido a ganhos significativos de produtividade em comparação com a safra anterior.

Para o trigo, o excesso de precipitação prolongada no Rio Grande do Sul desde abril afetou significativamente as potenciais áreas de plantio e a qualidade do solo, e poderá impactar a escolha da cultura de inverno deste ano. Ainda assim, a decisão da maior parte dos produtores será tomada – tanto em termos de viabilidade de cultivo quanto em termos econômicos – apenas quando do retorno do tempo seco. Mesmo diante da incerteza, a Conab mantém a previsão de um expressivo aumento na produtividade média da cultura na região ante o ano anterior, com estimativa de crescimento na produção de 44,5%, o que ainda deve posicionar o Rio Grande do Sul como o principal produtor nacional de trigo.

As inundações e enxurradas também impactaram o setor de arroz riograndense: aproximadamente 46,99 mil hectares foram totalmente perdidos, o que corresponde à produção de cerca de 395,2 mil toneladas do cereal. No entanto, a produção de arroz no estado se manteve superior à safra anterior, com um aumento previsto de 2,1% no volume colhido – resultado líquido da expansão de 4,4% na área cultivada e da queda de 2,2% na produtividade das lavouras.

Esses eventos climáticos extremos não apenas afetaram a produção agrícola, mas também tiveram repercussões significativas sobre o valor adicionado do setor agropecuário brasileiro. Simulações realizadas com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com referência a abril e maio de 2024, apontam que as perdas nas principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul podem representar uma significativa redução no valor agregado do setor agropecuário nacional, principalmente em relação ao desempenho da soja em grãos.

De modo geral, enquanto o estado tenta se recuperar e voltar à normalidade nas atividades agrícolas, as consequências das fortes chuvas no Rio Grande do Sul mostram a vulnerabilidade do setor em face de eventos climáticos extremos e a necessidade de medidas preventivas para reduzir esses impactos no futuro.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Na última Visão Geral da Conjuntura (publicada na Nota no 27 da Carta de Conjuntura no 62), divulgada em março deste ano, prevíamos que a economia deveria continuar crescendo ao longo de 2024 e que esse crescimento seria liderado pela demanda interna. À época, nosso cenário subjacente presumia uma economia caracterizada por um mercado de trabalho aquecido, o que, somado às políticas de sustentação de renda do governo, tenderia a estimular o consumo de bens de serviços. Além disso, os indicadores apontavam para uma recuperação dos investimentos e da indústria de transformação, ambos favorecidos pelo processo de ajustamento de estoques e por um nível de utilização de capacidade rodando acima da média histórica. Por fim, o cenário também previa um crescimento mais robusto das importações, de modo que as exportações líquidas dificilmente puxariam a economia tanto quanto em 2023, ano marcado por desempenho excepcional das exportações.

As informações já disponíveis sobre o segundo trimestre quando da redação deste texto (concluída no fim de junho de 2024) – a maioria das quais relativas ainda a abril – não são suficientes para mudarmos nosso cenário-base de crescimento do PIB de 2,2% em 2024. É fato que houve choques negativos importantes nos últimos meses – notadamente a tragédia climática no Sul, registrada entre o fim de abril e o início de maio, e a interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 19 de junho. Por sua vez, os últimos dados sugerem que o PIB do setor agropecuário em 2024 será maior do que esperávamos anteriormente e que tanto a massa salarial quanto a FBCF continuavam em expansão em abril do ano corrente.

Permanecem – até onde podemos observar – incertezas decisivas a respeito do impacto dos eventos ocorridos no Sul sobre a economia nacional. De um lado, restam poucas dúvidas de que a destruição do estoque de capital e a disrupção da atividade econômica no estado foram muito acentuadas. De outro, mesmo com as enchentes, o desempenho do PIB agropecuário do Rio Grande do Sul em 2024 deverá ser bem superior ao verificado no ano passado – posto que grande parte da safra de 2024 já tinha sido colhida antes das enchentes e que a produção do estado foi prejudicada por dificuldades climáticas em 2023 –, e o pacote de ajuda governamental, cujos contornos precisos ainda estão sendo discutidos no Congresso Nacional, deverá ser muito significativo.

Há menos dúvidas, naturalmente, sobre o efeito negativo do impacto da interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic sobre a economia. Mas, como aponta o próprio comunicado do Copom do dia 19 de junho, tal pausa é em grande medida reflexo do “maior dinamismo do que o esperado”1 apresentado pelos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho em tempos recentes – ou seja, em 2024 a economia provavelmente cresceria mais do que o previamente projetado caso os juros continuassem em queda. Diante disto, por ora mantemos nossa projeção de crescimento de 2,2% do PIB em 2024. É justo notar, entretanto, que em prazo mais longo os juros elevados deverão contribuir para um desempenho menos vigoroso da economia, de modo que nossa projeção de crescimento do PIB em 2025 foi reduzida de 2,5% para 2,3%.

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Panorama da economia mundial

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos e Caio Rodrigues Gomes Leite

A desinflação global deixou a fase em que contou com redução dos preços das commodities e a resolução dos gargalos nas cadeias de suprimentos e entrou na mais difícil “última milha”, em direção às metas, em que deve precisar mais das restrições de demanda e desaquecimento nos mercados de trabalho. Não obstante, vários bancos centrais de países desenvolvidos deram início aos cortes de suas taxas de juros básicas, embora não o dos Estados Unidos. Este é o pano de fundo das análises desta seção, que inclui, além de indicadores globais, Estados Unidos, China, Área do euro, Argentina, Chile e México.

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