Todos os posts de Rodrigo Rangel da Costa

Desempenho recente do mercado de trabalho

Por Maria Andreia Parente Lameiras, Sandro Pereira Silva, Leo Veríssimo Fernandes, Gabriela Carolina Rezende Padilha

Ao longo do último trimestre, o mercado de trabalho brasileiro continuou a apresentar bons resultados, consolidando uma trajetória positiva, caracterizada por uma expansão da ocupação em ritmo superior ao registrado pela força de trabalho, assegurando, por conseguinte, uma taxa de desocupação bem-comportada. Em janeiro, segundo as estatísticas mensalizadas da PNAD Contínua, a taxa de desocupação ficou em 8,0%, recuando 0,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com o observado no mesmo período de 2023. Após a dessazonalização, mesmo diante de uma leve alta na margem (0,2 p.p), a taxa de desocupação de 7,6%, registrada em janeiro, manteve-se em nível confortável.

Não obstante o fato de que a retomada, ainda modesta, da força de trabalho vem impedindo uma pressão maior da taxa de participação, o bom desempenho da população ocupada é o principal fator responsável pela relativa acomodação da taxa de desocupação em patamares favoráveis. Por certo, embora a força de trabalho tenha iniciado um processo de retomada, a partir do quarto trimestre de 2023, chegando a 108,5 milhões de pessoas em janeiro de 2024, esta população ainda era 1,0% menor que o contingente máximo já registrado pela PNAD Contínua, observado em junho de 2022 (109,6 milhões de pessoas). Nota-se ainda que, além desse crescimento modesto da força de trabalho, vem crescendo a proporção de indivíduos fora da força de trabalho que não almejam retornar ao mercado mesmo diante de uma oportunidade de emprego. Nos últimos dois anos, essa parcela de indivíduos saltou de 81,0%, no quarto trimestre de 2021, para 85,4%, no quarto trimestre de 2023.​

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de janeiro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou um avanço de 2,1% na comparação entre janeiro e dezembro na série com ajuste sazonal. Com isso, o trimestre móvel encerrado em janeiro registrou expansão de 2,7% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou alta de 6,2% em janeiro, com queda de 0,4% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram uma retração de 2,6%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram uma alta de 1,8% em janeiro, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 1,9%. Quanto a seus componentes, tanto a produção nacional quanto as importações registraram avanço em janeiro, com altas de 1,5% e 7,3%, respectivamente. Já na comparação em médias móveis, enquanto a produção nacional caiu 1,9%, a importação cresceu 14,1%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou uma retração de 8,8%.

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Panorama da economia mundial

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos e Caio Rodrigues Gomes Leite

A resistência da inflação dos serviços nos Estados Unidos e a duradoura crise no setor imobiliário na China são dois dos principais temas na economia mundial, além dos problemas decorrentes das guerras em curso e do fenômeno climático El Niño. O texto também aborda a Área do euro, cujo crescimento está mais fraco do que nos Estados Unidos, embora com alguma heterogeneidade entre os países. A última seção analisa as principais variáveis macroeconômicas de Índia, Rússia, Japão e Canadá.240318_cc_62_nota_21_economia_mundial_graficos_14 _e_24

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2023

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do quarto trimestre de 2023 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda no segundo semestre de 2023, após uma relativa estabilidade ao longo do primeiro. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 3,1%. Estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em dezembro de 2023 (R$ 3.100,00) foi 0,7% maior que o observado no mês anterior (R$ 3.078,00) e 3,3% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,9% maior que o valor registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.985,00). Em janeiro de 2024, a estimativa mensal avançou para R$ 3.118,00. No segundo trimestre de 2023, a renda média se manteve acima da observada no mesmo trimestre de 2019 pela primeira vez desde a pandemia (0,6%). Já no quarto trimestre de 2023, a renda média superou o mesmo trimestre de 2019 em 2,1%.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2022 foram registrados no Norte e no Nordeste, entre os trabalhadores adultos (entre 40 e 59 anos) e com ensino médio completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental completo ou escolaridade inferior apresentaram queda na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Sul e no Centro-Oeste, os maiores de 60 anos, homens e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, foram os empregados sem carteira assinada que apresentaram o maior crescimento interanual da renda, com um aumento de 7,2%. Após alguns trimestres com forte elevação da renda, os trabalhadores autônomos obtiveram um aumento de 1,0% da renda em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Por sua vez, os trabalhadores do setor público mostraram um crescimento de 3,8%, e os empregados com carteira assinada, de 2,7%.

Por setor, no quarto trimestre de 2023, houve queda da renda nos setores de transporte e construção, com redução interanual da renda habitual de 1,7% e 3,8% respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, comércio e administração pública mostraram crescimento superior a 4,5%. Destaca-se a recuperação da renda na agricultura, que cresceu 0,9% no quarto trimestre, após forte queda no trimestre anterior.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No quarto trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar subiu para 0,523. Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma queda maior desde o terceiro trimestre de 2022 até o segundo trimestre de 2023 e elevou-se de 0,492 para 0,495 entre o terceiro e quarto trimestres de 2023.

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – janeiro de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,69% em janeiro de 2024, situando-se 0,31 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,18 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula variação de 1,35% nos últimos doze meses.

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Dados Xls



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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – dezembro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou avanço de 1,4% na comparação entre dezembro e novembro na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão dos aumentos de 0,5% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e de 7,2% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela.

O bom desempenho em dezembro representou o segundo avanço consecutivo na série dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel encerrado em dezembro cresceu 0,6% na margem. Na comparação interanual, todavia, enquanto o indicador mensal caiu 1,9% contra dezembro de 2022, o indicador em médias móveis trimestrais recuou 1,2%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou baixa de 2,3% em 2023, contrastando com o cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico.

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Dados Xls



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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de novembro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos na construção civil e em outros ativos fixos, registrou queda de 0,5% na comparação entre novembro e outubro na série com ajuste sazonal. O resultado representou a sexta queda consecutiva na margem. Com isso, o trimestre móvel encerrado em novembro registrou retração de 3,3% na comparação dessazonalizada. Vale notar que o indicador se situa 22,9% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013.
Nas comparações com os mesmos períodos de 2022, o indicador mensal apresentou quedas de 8,4% em novembro e de 8,8% no trimestre móvel. Em relação aos primeiros onze meses de 2022, o resultado também é negativo (-3,7%). No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram retração de 3,5% em novembro.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram avanço de 0,2% em novembro, encerrando o trimestre móvel com queda de 3,8%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional caiu 0,5% em novembro, a importação cresceu 4,9% no mesmo período. Já na comparação em médias móveis, tanto a produção nacional quanto as importações registraram recuo, com quedas de 2,5% e 10,9%, respectivamente. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou retração de 8,8%.

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Dados Xls



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Inflação por faixa de renda – janeiro/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revela que, em janeiro, à exceção das duas faixas de renda mais baixas, todas as demais classes apontaram desaceleração da inflação na margem. Em termos absolutos, as maiores taxas de inflação no mês foram registradas nos segmentos de renda muito baixa (0,66%) e renda baixa (0,59%), refletindo, sobretudo, a alta nos preços dos alimentos. Em contrapartida, o segmento de renda alta foi o que apresentou a menor taxa de inflação no período (0,04%), beneficiada especialmente pela queda dos preços das passagens aéreas.

Nota-se, entretanto, que, mesmo diante dessa maior pressão inflacionária em janeiro sobre as famílias de renda muito baixa, este grupo ainda é o que apresenta a menor taxa de inflação acumulada em doze meses (3,47%). Já a maior taxa de inflação em doze meses está no segmento de renda alta (5,67%).

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – dezembro de 2023

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação, calculado Ipea, apresentou taxa de variação de 0,38% em dezembro de 2023, situando-se 0,7 ponto percentual acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2022, a variação foi 0,49 p.p. menor. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 1,17% nos últimos doze meses.

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Balanço de pagamentos, balança comercial e câmbio: evolução recente e perspectivas

Por Andreza Palma e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

O saldo da balança comercial registrado em 2023 foi o maior de toda a série histórica, totalizando US$ 98,8 bilhões, com aumento de 60% em relação ao ano anterior. Em relação ao balanço de pagamentos, considerando os três meses encerrados em novembro, o déficit em transações correntes foi de US$2,7 bilhões, em comparação com US$ 14,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. A redução se deveu, principalmente, ao crescimento do superávit na balança comercial de bens, que, nos três meses encerrados em novembro, apresentou saldo de US$ 21,7 bilhões, comparados a US$ 8,7 bilhões no mesmo período de 2022. No que se refere à conta capital e financeira, o investimento direto no país (IDP) permanece como destaque, embora tenha havido tendência de queda no período recente. Mesmo com a redução de sua intensidade, as entradas líquidas de IDP continuam expressivas, considerando a série histórica.

A taxa de câmbio apresentou importante movimento de valorização e redução da sua volatilidade. Desde 1o de novembro de 2023, a moeda brasileira vem sendo cotada abaixo de R$ 5,00/US$. O saldo comercial forte e a diminuição do risco doméstico medidos pelo credit default swap (CDS) podem explicar a tendência mais otimista. Em contrapartida, a redução do diferencial de juros pode ter algum impacto na trajetória cambial para os próximos meses.

No cenário externo, houve importante aumento dos riscos geopolíticos. Além do conflito Rússia versus Ucrânia, a guerra no Oriente Médio pode ter impactos relevantes para a economia brasileira. A situação do Iêmen também é motivo de preocupação, pois envolve uma rota crucial para o transporte marítimo e já vem elevando os custos de frete. A inflação ainda pressionada em algumas regiões do mundo, as políticas monetárias contracionistas e a incerteza sobre o início e a intensidade do ciclo de queda das taxas de juros persistem como fatores de preocupação.

Por fim, esta nota inclui dois boxes: o primeiro explora de forma descritiva a diferença entre o valor da balança comercial calculado pelo Banco Central do Brasil (BCB) e o apurado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex); o segundo apresenta exercício econométrico sobre as elasticidades renda e preço das exportações e importações brasileiras.​​

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