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Boletim de expectativas – novembro de 2024

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este Boletim de Expectativas baseia-se nas projeções do Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central, também conhecido como Boletim Focus, para dar uma visão geral das previsões feitas pelos profissionais que contribuem com a pesquisa, abordando inflação, juros, finanças públicas e PIB. Para a inflação e as taxas de juros, recorre-se, também, à estrutura a termo da taxa de juros baseada em títulos públicos. O texto procura concatenar as previsões médias feitas pelos respondentes da pesquisa do Banco Central e, comparando-as com as que foram analisadas na última edição deste boletim, em março de 2024, observa que, com exceção de 2024, cujo PIB previsto está maior, de 2025 a 2028 espera-se o mesmo crescimento da economia que se esperava há sete meses, mas, agora, acompanhado de mais inflação, juros mais altos e maior dívida pública. A elevação da dívida como percentual do PIB esperada se deveu à expectativa de maiores despesas com pagamento de juros, enquanto a trajetória projetada para o resultado primário pouco se alterou.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em outubro de 2024

Por Sergio Ferreira

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), outubro de 2024 apresentou um superávit primário de R$ 41,4 bilhões nas contas do governo central. Conforme mostra a tabela 1, a receita líquida do governo central atingiu R$ 209,8 bilhões nesse mês, um crescimento de 11,3% em termos reais, comparativamente ao apurado em outubro de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 168,3 bilhões, um decréscimo real de 0,7% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 64,3 bilhões, a preços constantes de outubro, ante o déficit de R$ 79,3 bilhões no mesmo período de 2023.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

O resultado registrado pelo produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024, com avanço de 1,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024 (isto é, na margem) e de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023 (isto é, na comparação interanual), se mostrou significativamente maior do que havíamos previsto na última Visão Geral da Conjuntura (Nota de Conjuntura no 27 da Carta de Conjuntura no 63). Os dados surpreenderam também as expectativas do mercado, cuja mediana mostra­va um avanço esperado de 0,9% na margem.

Se é verdade que as previsões do Grupo de Conjuntura para o PIB do segundo trimestre – 0,50% de crescimento na margem (contra 1,45% verificado na prática) e 1,30% de crescimento interanual (contra 3,30% verificado na prática) – se mostraram inferiores aos valores efetivamente realizados, também é justo notar que os erros foram relativos ao ritmo de crescimento na margem, não ao padrão de crescimento da economia propriamente dito.

Com efeito, há um conjunto de vetores atuando na economia de forma bastante clara no momento. O primeiro deles é a redução das exportações líquidas, com as importações crescendo mais rapidamente do que as expor­tações após um 2023 atípico por conta de recordes na produção agropecuária e extrativa mineral. O segundo deles é o crescimento da massa salarial ampliada – puxada por um mercado de trabalho aquecido e por aumentos nos gastos com benefícios de previdência e assistência social pagos pelo governo – com rebatimentos sobre o desempenho do consumo das famílias. O terceiro é o baixo dinamismo na margem da produção agropecuária, após um 2023 de produção recorde e problemas climáticos. O quarto é o dinamismo do consumo das admi­nistrações públicas, puxado pelos gastos de estados e, principalmente, municípios respondendo ao aumento da tributação, seja por meio de repasses da União ou pelo crescimento do ICMS e do ISS. Menos pronunciada, ainda, mas igualmente importante – notadamente na margem – é a tendência de recuperação da FBCF em 2024 após desempenho decepcionante no biênio 2022-2023. Embora nenhum dos referidos vetores esteja imune a choques negativos em um trimestre ou outro, tomados em conjunto, eles deixavam claro já em junho, tanto para o Grupo de Conjuntura do Ipea quanto para a maior parte dos analistas, que a economia deveria crescer significativamente em 2024, puxada pela demanda interna, e a despeito das notícias negativas vindas do Sul.

Os dados do segundo trimestre reforçaram essa percepção, mostrando que o ritmo de crescimento da economia era ainda mais rápido do que o que se notava à época. À luz dos referidos dados não faz mais sentido, portanto, supor que a economia crescerá 2,20% em 2024, de modo que o Grupo de Conjuntura do Ipea optou por rever a previsão do crescimento do PIB em 2024 para 3,30%, mesmo com o anúncio pelo Copom do Banco Central do Brasil (BCB) do aumento da taxa Selic para 10,75% no dia 18 de setembro deste ano. Há vários motivos para tanto, mas talvez o principal seja o fato de o que já sabemos sobre o que ocorreu no terceiro trimestre nos levar a crer que a economia continuou crescendo na margem no período, mesmo após dois trimestres bastante vibrantes. Ademais, com as decisões recentes tomadas pelo Federal Reserve e pelo BCB, as incertezas que ainda pairam sobre 2024 foram consideravelmente reduzidas. Embora o novo ciclo de alta da taxa de juros recém-i­niciado no Brasil tenha efeitos contracionistas claros, há bons motivos para achar que possa ser curto, servindo principalmente para alinhar as expectativas. Neste cenário, a perspectiva de crescente diferencial de juros prati­cados no Brasil e nos Estados Unidos acalmaria o mercado de câmbio, aliviando com isso pressões inflacionárias, e a economia desaqueceria para o patamar de 2,40% de crescimento anual ao longo de 2025. Ademais, a piora das condições climáticas e as expectativas de reversão da queda da inflação de serviços verificada ao longo de 2023 e do primeiro semestre deste ano levaram o grupo a aumentar a expectativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 para 4,40%, número esse que, no cenário de referência supracitado, cairia para 3,90% em 2025.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em agosto de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), agosto de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 22,8 bilhões nas contas do governo central. Conforme mostra a tabela 1, a receita líquida do governo central atingiu R$ 148,4 bilhões nesse mês, um crescimento de 5,8% em termos reais, comparativamente ao apurado em agosto de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 171,2 bilhões, um acréscimo de 1,9% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 100,1 bilhões, a preços constantes de agosto, ante o déficit de R$ 109,3 bilhões no mesmo período de 2023.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em julho de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), julho de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 8,5 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 184,4 bilhões nesse mês, um crescimento de 10,1% em termos reais, confrontando com o apurado em julho de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 192,9 bilhões, um decréscimo de 5,9% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 76,6 bilhões, a preços constantes de julho, ante o déficit de R$ 81,5 bilhões no mesmo período de 2023.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em junho de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN),  junho de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 38,1 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 161,0 bilhões nesse mês, um crescimento de 6,2% em termos reais, confrontando com o apurado em junho de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 199,2 bilhões, um acréscimo de 0,3% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 67,3 bilhões, a preços constantes de junho, ante o déficit de R$ 43,8 bilhões no mesmo período de 2023.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Na última Visão Geral da Conjuntura (publicada na Nota no 27 da Carta de Conjuntura no 62), divulgada em março deste ano, prevíamos que a economia deveria continuar crescendo ao longo de 2024 e que esse crescimento seria liderado pela demanda interna. À época, nosso cenário subjacente presumia uma economia caracterizada por um mercado de trabalho aquecido, o que, somado às políticas de sustentação de renda do governo, tenderia a estimular o consumo de bens de serviços. Além disso, os indicadores apontavam para uma recuperação dos investimentos e da indústria de transformação, ambos favorecidos pelo processo de ajustamento de estoques e por um nível de utilização de capacidade rodando acima da média histórica. Por fim, o cenário também previa um crescimento mais robusto das importações, de modo que as exportações líquidas dificilmente puxariam a economia tanto quanto em 2023, ano marcado por desempenho excepcional das exportações.

As informações já disponíveis sobre o segundo trimestre quando da redação deste texto (concluída no fim de junho de 2024) – a maioria das quais relativas ainda a abril – não são suficientes para mudarmos nosso cenário-base de crescimento do PIB de 2,2% em 2024. É fato que houve choques negativos importantes nos últimos meses – notadamente a tragédia climática no Sul, registrada entre o fim de abril e o início de maio, e a interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 19 de junho. Por sua vez, os últimos dados sugerem que o PIB do setor agropecuário em 2024 será maior do que esperávamos anteriormente e que tanto a massa salarial quanto a FBCF continuavam em expansão em abril do ano corrente.

Permanecem – até onde podemos observar – incertezas decisivas a respeito do impacto dos eventos ocorridos no Sul sobre a economia nacional. De um lado, restam poucas dúvidas de que a destruição do estoque de capital e a disrupção da atividade econômica no estado foram muito acentuadas. De outro, mesmo com as enchentes, o desempenho do PIB agropecuário do Rio Grande do Sul em 2024 deverá ser bem superior ao verificado no ano passado – posto que grande parte da safra de 2024 já tinha sido colhida antes das enchentes e que a produção do estado foi prejudicada por dificuldades climáticas em 2023 –, e o pacote de ajuda governamental, cujos contornos precisos ainda estão sendo discutidos no Congresso Nacional, deverá ser muito significativo.

Há menos dúvidas, naturalmente, sobre o efeito negativo do impacto da interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic sobre a economia. Mas, como aponta o próprio comunicado do Copom do dia 19 de junho, tal pausa é em grande medida reflexo do “maior dinamismo do que o esperado”1 apresentado pelos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho em tempos recentes – ou seja, em 2024 a economia provavelmente cresceria mais do que o previamente projetado caso os juros continuassem em queda. Diante disto, por ora mantemos nossa projeção de crescimento de 2,2% do PIB em 2024. É justo notar, entretanto, que em prazo mais longo os juros elevados deverão contribuir para um desempenho menos vigoroso da economia, de modo que nossa projeção de crescimento do PIB em 2025 foi reduzida de 2,5% para 2,3%.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em maio de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), maio de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 59 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 166,1 bilhões nesse mês, um crescimento de 10,0% em termos reais, comparativamente a maio de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 225,1 bilhões, um acréscimo de 13,8% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o resultado primário apresentou um déficit de R$ 27,5 bilhões, a preços constantes de maio, ante o superávit de R$ 3,2 bilhões no mesmo período de 2023.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em abril de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins 

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), abril de 2024 apresentou um superávit primário de R$ 12,6 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 192,5 bilhões nesse mês, um crescimento de 9,1% em termos reais, comparativamente a abril de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 179,9 bilhões, um acréscimo de 12,2% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um superávit de R$ 32,8 bilhões, a preços constantes de abril, ante o superávit de R$ 49,8 bilhões no mesmo período de 2023.

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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em março de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), março de 2024 apresentou um superávit primário de R$ 1,3 bilhão nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 166,5 bilhões nesse mês, um crescimento de 10,1% em termos reais, comparativamente a março de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 165,2 bilhões, um acréscimo de 4,2% na mesma base de comparação. No acumulado do primeiro trimestre do ano, o resultado primário apresenta um superávit de R$ 22,9 bilhões, a preços constantes de março, ante o superávit de R$ 33,4 bilhões no mesmo período de 2023.

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