Arquivos da categoria: Atividade Econômica

Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araújo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Como previsto na última Visão Geral da Conjuntura (Nota Técnica, no 23, Carta de Conjuntura, no 66, de março de 2025), o produto interno bruto (PIB) da economia brasileira apresentou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao último trimestre de 2024 na série dessazonalizada. Esse crescimento, como também já era previsível em março, foi puxado, pelo lado da oferta, pelo desempenho do setor agropecuário, que apresentou crescimento de 12,2% em relação ao último trimestre de 2024 na série dessazonalizada. Pelo lado da demanda, os destaques foram os desempenhos da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e das exportações, com crescimentos de 3,1% e 2,9%, respectivamente, na mesma base de comparação.

Os dados parciais disponíveis para o segundo trimestre apontam para a desaceleração da economia, o que também já era previsível em março, notadamente porque a referida desaceleração é um objetivo declarado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) desde setembro de 2024, quando o atual ciclo de alta de juros teve início – ciclo classificado pelo próprio Copom, na ata da 271a reunião, ocorrida nos dias 17 e 18 de junho de 2025, como particularmente rápido e bastante firme.

O grupo de conjuntura do Ipea projetou, em março passado, que a economia brasileira cresceria 2,4% em 2025 – contra expectativas de mercado inferiores a 2%. De lá para cá, vários indicadores conjunturais têm indicado que a economia continuou a crescer no segundo trimestre e, até por isso, várias estimativas foram revistas a maior, aproximando-se, portanto, do número divulgado nessa Visão Geral em março. Entendemos que o diagnóstico apresentado no final de março continua válido no final de junho, de modo que mantemos a nossa projeção de PIB para 2025 (2,4%). Dada a perspectiva de que a taxa Selic se mantenha alta por mais tempo do que prevíamos, reduzimos, entretanto, o crescimento esperado para 2026 para 1,8%.

Tal como no caso do produto, as expectativas de mercado para o IPCA em 2025, divulgadas pela pesquisa Focus, do Banco Central, se aproximaram das do grupo de conjuntura nos últimos meses – recuando de 5,7% para 5,3%, entre março e junho. Não vemos motivos, entretanto, para mudar a nossa previsão de março que, dessa forma, permanece em 5,2%, ainda que com mudanças de composição. Se, por um lado, a melhora no comportamento dos alimentos e do petróleo indica uma alta menos acentuada para a alimentação no domicílio e para os preços administrados, em 2025, por outro lado, os efeitos ainda mais fortes do mercado de trabalho sobre a expansão da massa salarial e do custo da mão de obra vêm gerando pressões adicionais sobre a inflação de serviços.

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Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho

O PIB brasileiro apresentou aceleração no primeiro trimestre de 2025, crescendo 1,4% em relação ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE. Conforme já antecipado pelo desempenho dos indicadores mensais de atividade, a economia iniciou o ano num ritmo modesto e foi ganhando impulso ao longo do período, particularmente no mês de março. Embora o cenário macroeconômico brasileiro siga negativamente influenciado pelo ciclo de aperto da política monetária e por incertezas globais, a resiliência do mercado de trabalho, juntamente com o impacto do reajuste do salário-mínimo e das transferências públicas de assistência e previdência, manteve a demanda doméstica aquecida nos primeiros três meses do ano. Além disso, como também já era previsto, a forte contribuição positiva da agropecuária, pelo lado da produção, ajuda a explicar o resultado do PIB. Por outro lado, com base no conjunto de informações disponíveis até o momento, apesar do forte efeito de carry-over herdado do mês de março, já há indícios de uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia no início do segundo trimestre, acompanhada por uma piora das condições financeiras das famílias.

Nesse contexto, o IBC-Br, um dos indicadores que buscam retratar o nível geral da atividade econômica brasileira em base mensal, servindo de prévia para o PIB, registrou, em abril de 2025, uma expansão de 0,2% na comparação livre de efeitos sazonais. O resultado veio após a alta de 0,7% observada em março e revela uma perda de fôlego na margem. Já na comparação interanual, o indicador avançou 2,5%, mantendo o ritmo positivo, embora em patamar ligeiramente inferior ao observado no mês anterior (3,0%). Com o resultado de abril, o carry-over em relação ao segundo trimestre de 2025 ficou em 0,8% na margem, e em 3,2% em termos interanuais.

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de abril de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, permaneceu estável na comparação entre abril e março, na série com ajuste sazonal. O resultado sucedeu à queda de 9,3% ocorrida no período anterior. Com isso, o trimestre móvel encerrado em abril registrou expansão de 4,0% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2024, o indicador mensal apresentou crescimento de 1,6% em abril e alta de 8,1% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais tiveram uma expansão de 7,9%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um avanço de 1,8% em abril, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 9,4%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional avançou 2,2%, as importações caíram 4,8%. Já na comparação em médias móveis, enquanto a produção nacional recuou 1,3%, as importações subiram 37,8%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou um crescimento de 11,6%.250624_cc_67_nota_21_fbcf_tabela_1 250624_cc_67_nota_21_fbcf_grafico_1

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Dados Xls



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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – abril de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais recuou 0,6% na comparação entre abril e março na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão das quedas de 1,0% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e 0,3% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela.

A retração na série dessazonalizada sucedeu crescimento nulo em março. Ainda assim, o trimestre móvel encerrado em abril cresceu 1,7% na margem, quando comparado com aquele encerrado em janeiro. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 0,7% em relação a abril de 2024, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 4,2%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 6,0% em abril, contrastando com a elevação de 2,4% da produção interna, medida na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE). Ambas apontam para uma desaceleração, como ilustra o gráfico.

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Dados Xls



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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de março de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou uma queda de 9,5% na comparação entre março e fevereiro na série com ajuste sazonal, resultado que sucedeu ao avanço de 11,7%. Com isso, o trimestre móvel encerrado em março registrou expansão de 3,1% na comparação dessazonalizada – resultado já ajustado de acordo com as contas nacionais trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas comparações com os mesmos períodos de 2024, o indicador mensal apresentou crescimento de 2,6% em março, e alta de 9,1% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram uma expansão de 8,8% em 2024.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram uma queda de 18,6% em março, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 8,7%. O resultado mensal sucedeu à alta de 24,7% em fevereiro, impulsionado pela importação de uma plataforma de petróleo. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional cresceu 3,2% na margem, as importações recuaram 46,5%. Já na comparação em médias móveis, a produção nacional caiu 1,8%, ao passo que as importações avançaram 41,0%.

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Dados Xls



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Desempenho do PIB: primeiro trimestre de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Segundo divulgação do IBGE, o PIB registrou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre imediatamente anterior, considerando a série dessazonalizada. Mais do que a forte aceleração em relação ao avanço de apenas 0,1% nos últimos três meses do ano passado, esta foi a décima quinta variação positiva seguida na série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo período de 2024, a economia expandiu 2,9%, indicando alguma desaceleração em relação aos resultados anteriores. Com isso, o crescimento acumulado em quatro trimestres acelerou pelo quarto período consecutivo, aumentando de 3,4% para 3,5%. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 3,0 trilhões nos primeiros três meses de 2025, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao valor adicionado (VA) a preços básicos e R$ 0,4 trilhão, aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

Embora o cenário macroeconômico brasileiro não tenha sofrido grandes alterações em relação ao final do ano passado, e siga negativamente influenciado pelo ciclo de aperto da política monetária e por incertezas globais, a resiliência do mercado de trabalho, juntamente com o impacto do salário-mínimo, e as transferências públicas de assistência e previdência, mantiveram a demanda doméstica aquecida. Além disso, a forte contribuição positiva da agropecuária, pelo lado da produção, ajuda a explicar a aceleração do ritmo de crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025. Com este resultado, o carry-over para 2025 ficou em 2,0% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos três trimestres, o PIB fechará o ano crescendo a esta taxa.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – março de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais avançou 0,1% na comparação entre março e fevereiro na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão da alta de 1,9% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da queda de 6,4% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela.

A expansão em março foi a quarta consecutiva na série dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel encerrado nesse mês cresceu 1,2% na margem, quando comparado com aquele em dezembro. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 4,1% em relação a fevereiro de 2024, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 6,1%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 6,5% em março, contrastando com a elevação de 3,1% da produção interna, medida na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como ilustra o gráfico.

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Dados Xls



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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de fevereiro de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou um avanço de 13,3% na comparação entre fevereiro e janeiro na série com ajuste sazonal. O resultado sucedeu à alta de 0,4% ocorrida no período anterior. Com isso, o trimestre móvel encerrado em fevereiro registrou expansão de 4,4% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2024, o indicador mensal apresentou crescimento de 22,2% em fevereiro e alta de 11,9% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram uma expansão de 8,5%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um avanço de 25,3% em fevereiro, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 9,8%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional recuou 4,4%, as importações cresceram 102,3%, influenciadas pela compra de três plataformas de petróleo no período. Na comparação em médias móveis, enquanto a produção nacional caiu 2,4%, as importações subiram 39,6%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou um crescimento de 13,2%.

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Dados Xls



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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – fevereiro de 2025

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais avançou 1,3% na comparação entre fevereiro e janeiro na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão da queda de 0,3% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da alta de 7,0% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela.

A expansão em fevereiro foi a terceira consecutiva na série dessazonalizada. Ainda assim, o trimestre móvel encerrado nesse mês caiu 0,1% na margem, quando comparado com aquele encerrado em novembro. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 7,7% em relação a fevereiro de 2024, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 6,6%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 6,1% em fevereiro, contrastando com a elevação de 2,6% apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como ilustra o gráfico.

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Investimento líquido e estoque de capital: dezembro de 2024

Por Marco A. F. H. Cavalcanti, Bruno F. Cordeiro e Felipe Moraes Cornelio

Esta Nota atualiza as séries do Indicador Ipea para investimento líquido e estoque de capital até dezembro de 2024, disponíveis no Ipeadata. Os dados acumulados em doze meses dos inves¬timentos brutos (formação bruta de capital fixo – FBCF) indicaram crescimento real de 6,9% no fim do ano passado. A depreciação do estoque de capital acumu¬lada em doze meses, por sua vez, diminuiu 5,1% em relação a dezembro de 2023. O investimento líquido (FBCF excluído o valor da depreciação) apresentou, assim, crescimento substancial no período (aumento de 150%). Todos os componentes do investimento líquido registraram crescimento, com destaque para o setor de máqui¬nas e equipamentos, que voltou a apresentar valor positivo no acumulado em doze meses após três anos. Como resultado do aumento do investimento líquido, a taxa de crescimento interanual do estoque de capital líquido passou de 0,6% em dezembro de 2023 para 1,5% em dezembro de 2024.

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