Arquivos da categoria: Agropecuária

Comércio exterior do agronegócio: abril de 2023

Por Diego Ferreira, Ana Cecília Kreter e José Ronaldo de C. Souza Jr.

O agronegócio exportou US$ 14,69 bilhões em abril de 2023, resultado 1,0% inferior ao registrado no mesmo mês de 2022. O valor das importações do setor, no entanto, apresentou queda mais acentuada no mesmo período, de 7,6%, totalizando US$ 1,21 bilhão no mês passado. Do mesmo modo, os demais bens – todos os produtos comercializados, exceto os produtos do agronegócio – encerraram o mês com US$ 12,67 bilhões em valor exportado, queda de 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda que menos expressiva, o volume importado pelos demais setores da economia também apresentou queda no comparativo com abril de 2022, de 7,7%, alcançando a marca de US$ 17,93 bilhões comercializados em abril.

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Em termos de saldo da balança comercial, o superávit de US$ 13,48 bilhões do agronegócio em abril foi capaz de compensar o déficit de US$ 5,26 bilhões dos demais setores da economia brasileira, o que contribuiu para um saldo total positivo da balança comercial da ordem de US$ 8,22 bilhões. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, esse resultado se manteve relativamente estável (queda de 0,1%), embora represente uma retração de 16,8% ante março de 2023.

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Embora o saldo comercial do agronegócio tenha apresentado queda em abril de 2023 no comparativo com o mesmo mês do ano passado, o superávit acumulado pelo setor nos últimos doze meses atingiu a marca de US$ 143,03 bilhões, o que representa uma alta de 21,9% ante igual período anterior (tabela 2). Já o saldo acumulado da balança comercial dos demais setores da economia entre maio de 2022 e abril de 2023 registrou déficit de US$ 78,01 bilhões, o que representa US$ 24,44 bilhões a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. Consequentemente, o saldo acumulado total da balança comercial foi de US$ 65,02 bilhões nos últimos doze meses.

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Mercados e preços agropecuários

Por Ana Cecília Kreter, José Ronaldo de C. Souza Júnior, Wellington Silva Teixeira e Nicole Rennó Castro

Esta Nota de Conjuntura traz o acompanhamento do balanço de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários brasileiros referente à safra 2022-2023 e da dinâmica de preços domésticos e internacionais até março de 2023.

Do lado da oferta, o Brasil está iniciando 2023 com expectativa de recorde na produção de várias commodities e uma estimativa de crescimento de 11,6% do PIB do setor no ano. O cenário positivo não só tem contribuído para a manutenção do país como um dos principais players no mercado internacional, como também está abrindo novas janelas de oportunidade. No caso da soja, por exemplo, a quebra da safra argentina tem permitido ao Brasil ampliar a comercialização de derivados – farelo e óleo. Para o milho, a recuperação da produção tem atendido ao mercado doméstico e tem permitido ao Brasil ampliar os embarques para alguns parceiros comerciais, como os países asiáticos. Já o trigo, que antes liderava a pauta de importação, agora começa a colocar o país no ranking dos principais exportadores. Em relação aos preços desses produtos, em contrapartida, percebe-se um movimento de queda nos preços domésticos e internacionais.

Após o boom nos preços das commodities agrícolas no início de 2022, reflexo do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o mercado voltou a se acalmar, e a expectativa é que não haja tendência de alta nos próximos meses. Medidas como as rotas de escoamento de safra no Mar Negro, ou simplesmente cenários de boa produtividade na lavoura, têm garantido a oferta e contribuído para que os preços não subam. Na contramão dessa tendência está a carne bovina, que deverá se manter valorizada no mercado internacional, tanto pela queda na oferta de concorrentes, como Argentina e Uruguai, quanto pela expectativa de alta do consumo chinês – principal destino da carne bovina brasileira –, após fim do último lockdown no país asiático.

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Comércio exterior do agronegócio: março de 2023

Por Ana Cecília Kreter, Diego Ferreira, Guilherme Bastos Filho e Jose Ronaldo Souza Jr.

Março é um mês usualmente marcado pelo início de alta nas exportações do agronegócio brasileiro, explicada em parte pelo avanço das colheitas dos grãos – no caso atual, da safra 2022-2023. Além da questão sazonal, o setor registrou significativo crescimento do valor exportado ante mesmo mês do ano passado, com alta de 10,6%, totalizando US$ 15,97 bilhões. As importações do agronegócio fecharam o mês com US$ 1,58 bilhão, também com alta em comparação ao mesmo mês do ano anterior (12,1%). No que tange aos demais setores da economia, o valor exportado em março atingiu patamar superior ao observado no mesmo período em 2022 – US$ 17,08 bilhões, ou alta de 13,9% –, crescimento claramente superior às suas importações, que alcançaram a marca de US$ 20,52 bilhões – 0,6% a mais que março do ano passado.

Em termos de saldo da balança comercial, o déficit dos demais setores da economia brasileira (US$ 3,44 bilhões) em março foi compensado pelo resultado positivo do agronegócio, que apresentou superávit de US$ 14,38 bilhões. Isso contribuiu para o saldo total da balança comercial de março, que foi de US$ 10,94 bilhões ante os US$ 7,61 bilhões registrados no mesmo mês de 2022. Além de representar um aumento de 43,8% ante março do ano anterior, esse resultado apresentou crescimento de 286,2% no comparativo com fevereiro de 2023, o que sinaliza o início do período de alta nas exportações para o agronegócio brasileiro.

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Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2023

Por Pedro M. Garcia e José Ronaldo de C. Souza Jr. 

Depois de uma queda da atividade econômica da agropecuária em 2022, o setor deve apresentar elevado crescimento neste ano. Esta Nota analisa o desempenho do setor agropecuário em 2022, em termos do valor adicionado (VA), e revisa a nossa previsão para o setor em 2023, com base nas novas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e nas Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais (PTA), do Leite e da Produção de Ovos de Galinha – todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão de crescimento de 11,6% do VA agropecuário em 2023, conforme divulgado na Nota de Conjuntura no 26 da Carta de Conjuntura no 57,1 foi mantida, embora tenha havido alterações na composição do crescimento por produtos.

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Comércio exterior do agronegócio: fevereiro de 2023

Por Ana Cecília Kreter, Diego Ferreira, Guilherme Bastos Filho, Antônio Florido e Jose Ronaldo Souza Jr.

O agronegócio brasileiro encerrou fevereiro de 2023 registrando superávit comercial de US$ 8,56 bilhões, compensando o déficit dos demais setores da economia (US$ 5,73 bilhões), e contribuindo para um resultado da balança comercial total positivo em US$ 2,83 bilhões (tabela 1). Apesar de positivo, o saldo do agronegócio apresentou mês passado queda de 7,3% ante o mesmo mês do ano anterior, resultado da queda de 5,7% nas exportações e da alta de 5,6% nas importações no mesmo período. Para os demais setores, a queda nas exportações em fevereiro foi mais expressiva que nas importações – 18,1% e 7,0%, respectivamente – e o saldo, que já havia sido negativo em 2022, apresentou nova queda este ano, fechando o mês 24,5% menor.

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No acumulado dos doze meses, o superávit comercial do agronegócio somou US$ 141,96 bilhões, valor 26,2% maior que em igual período dos doze meses anteriores, resultado de US$ 159,69 bilhões de exportações (crescimento de 24,9% ante igual período anterior) e US$ 17,73 bilhões de importações (crescimento de 15,6%). O déficit comercial apresentado pelos demais setores da economia no mesmo período, de US$ 79,90 bilhões, ficou mais acentuado em relação ao ano passado (queda de 66,1%), devido à expressiva alta do valor das importações (19,4%) em relação ao das exportações (5,8%). No total da economia, a balança comercial brasileira dos doze últimos meses acumula superávit de US$ 62,06 bilhões, valor abaixo do observado em igual período dos doze meses anteriores. O déficit dos demais setores da economia foi compensado parcialmente pelo aumento do superávit do agronegócio.

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Comércio exterior do agronegócio: janeiro de 2023

Por Ana Cecília Kreter, Diego Ferreira, Fabio Servo, Guilherme Soria Bastos Filho e José Ronaldo de Castro Souza

Depois de ter terminado o ano com crescimento de 32,0% no valor das exportações do agro­negócio, o Brasil inicia 2023 atingindo novo recorde, US$ 10,22 bilhões em janeiro – alta de 16,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A balança comercial do agronegó­cio fechou superavitária em US$ 8,69 bilhões, enquanto a balan­ça comercial total, que considera os produtos de todos os setores, apresentou um superávit de US$ 2,61 bilhões. O valor das importações do setor tam­bém apresentou alta em janeiro (37,1%) diante de 2022, subindo para US$ 1,53 bilhão.

Até 2021, janeiro era o mês tradicionalmente de “en­tressafra” no que se refere aos embarques de commodities do agronegócio. No início do ano passado, no entanto, houve um deslocamento no volume exportado que se aproximou dos meses com maior volume comercializa­do em anos anteriores, e esta alta se manteve nos meses seguintes. Este ano começa com novo recorde de exportações impulsionado especialmente pelos embarques de milho.

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Inflação de alimentos: como se comportaram os preços em 2022

Por Diego Ferreira, Ana Cecília Kreter, Fabio Servo, Antonio Carlos Simões Florido, José Ronaldo de Castro Souza Junior e Guilherme Soria Bastos Filho

A inflação de alimentos no Brasil voltou a ser foco em 2022. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou o ano com alta de 5,8%, sendo o grupo alimentação e bebidas responsável por quase metade este resultado. Sua elevada contribuição para a inflação, que também foi observada em anos anteriores, reflete a volatilidade e o grau de importância do grupo na cesta de consumo da população do país.

Diversos fatores podem explicar o comportamento desses preços. Altas de custos de produção, por exemplo, devido à elevação dos preços internacionais dos fertilizantes, somadas às adversidades climáticas decorrentes do fenômeno La Niña, que reduziu a produção de importantes culturas, afetaram significativamente os preços no varejo. Ao analisar a trajetória dos preços ao longo do ano, verifica-se que, além de as altas observadas na entressafra terem sido consideravelmente maiores do que as quedas nos períodos de colheita, algumas culturas ainda apresentaram comportamento atípico em 2022.

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Esta Nota analisa o comportamento do grupo alimentação e bebidas do IPCA, mais especificamente do subgrupo alimentação no domicílio. O entendimento da contribuição desse subgrupo se dá a partir da compreensão da importância dos pesos dos produtos na composição do índice geral e da variação de seus preços ao longo do ano. De todos os itens, o único que apresentou peso alto nesse grupo de preços (12,4%) e alta variação em 2022 (22,1%) foi o item leites e derivados. A queda da rentabilidade da produção de leite – devido à elevação dos custos de produção e à baixa qualidade nas pastagens – foi a razão principal para a queda na oferta e a consequente alta dos preços. Este trabalho analisa ainda as variações e os pesos moderados dos demais itens, sinalizando a rigidez de preços no caso das carnes, e o efeito substituição na mesa do consumidor entre as diferentes categorias de proteínas animais. Panificados, que foram impactados fortemente pela alta dos preços do trigo com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia no primeiro semestre, tiveram desaceleração nos preços no segundo semestre.

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Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2022 e 2023

Por Pedro M. Garcia, Fabio Servo e José Ronaldo Souza Jr.

Esta Nota revisa as nossas previsões para o valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 2022 e 2023 baseada nas novas estimativas do IBGE divulgadas recentemente no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), no prognóstico de safra e nas Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite e da Produção de Ovos de Galinha. A previsão do VA para este ano, que era de uma queda de 1,7% (como divulgado na Nota no 27 da Carta de Conjuntura no 56),  foi revisada para um recuo menor, de 1,0%. Os principais motivos para a nova previsão são: i) a revisão pelo IBGE do resultado do Sistema de Contas Nacionais anuais e trimestrais para o setor agropecuário no período de 2020 ao primeiro semestre deste ano; e ii) o forte crescimento da produção de bovinos no terceiro trimestre deste ano. Para 2023, a estimativa foi revisada de crescimento de 10,9% para alta de 11,6% com a introdução do novo prognóstico de safra do IBGE e com a atualização das previsões para a produção animal.

Gráficos 1 e 3

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Comércio exterior do agronegócio: novembro de 2022

Por Ana Cecília Kreter, Fabio Servo e José Ronaldo Souza Jr.

O agronegócio brasileiro encerrou novembro de 2022 registrando superávit comercial de US$ 11.166 milhões, confirmando, pelo nono mês consecutivo, saldo positivo acima dos US$ 10 bilhões. Apesar de ter apresentado recuo de 9,7% ante o superávit de outubro, o resultado de novembro é 61,5% maior que o observado em novembro de 2021. O principal responsável pelo bom desempenho da balança comercial do agronegócio é o crescimento das exportações do setor, que totalizaram US$ 12.648 milhões no mês – valor 51,2% maior que o de novembro do ano passado. As importações do setor, por sua vez, mantiveram-se abaixo do patamar de um US$ 1,5 bilhão em novembro, em alta de apenas 2,2% em relação ao registrado em igual mês de 2021. Com efeito, as exportações do agronegócio representaram, no mês, 44,9% do valor total exportado pelo Brasil no mês, ao passo que as importações do setor representaram apenas 6,9% do total importado. Além disso, o superávit do agronegócio superou o déficit dos demais setores da economia (de US$ 4.494 milhões no mês), gerando um resultado da balança comercial total positivo em US$ 6.672 milhões.

No acumulado do ano até novembro, o superávit comercial do agronegócio já totaliza US$ 132.483 milhões, valor 37,1% maior que em igual período do ano passado, resultado de US$ 148.256 milhões de exportações (33,9% ante igual período de 2021) e US$ 15.802 milhões de importações (12,1%). O déficit comercial apresentado pelos demais setores da economia no mesmo período, de US$ 74.922 milhões, quase que dobrou em relação ao ano passado, devido à expressiva alta (27,1%) do valor das importações em relação ao das exportações (9,9%). No total, a balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 57.531 milhões no ano, valor muito próximo ao observado em 2021, uma vez que o aumento do déficit dos demais setores da economia vem sendo neutralizado pelo aumento do superávit do agronegócio.

Tabela 1

Tabela 2

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Mercados e preços agropecuários

Por Ana Cecília Kreter, José Ronaldo de C. Souza Júnior, Allan Silveira dos Santos e Nicole Rennó Castro

Esta Nota de Conjuntura traz o acompanhamento dos preços domésticos e internacionais até outubro de 2022, o balanço de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários brasileiros referente às safras 2021-2022 e 2022-2023, e apresenta perspectivas para o próximo ano.

Alguns fatores têm contribuído para a queda dos preços. O primeiro deles é a alta produção, que foi responsável pelo aumento na oferta de diversos produtos. O Brasil, por ser um importante player no mercado internacional, contribuirá na pró​xima safra (2022-2023), particularmente, com a soja – crescimento estimado de 22,3% na soja em grão, 5,3% no farelo e 5,3% no óleo diante da safra anterior –, o milho (12,0%), o algodão (16,7%) e o café (5,6%). Até o trigo, que é o principal produto da pauta de importação do país, deve fechar a safra de inverno 2022 com alta de 23,7% na produção diante do ano passado. A maior disponibilidade dessas commodities tem contribuído não só para a queda nos preços, mas também para a recomposição dos estoques de passagem, que vinham caindo desde o início das políticas de isolamento social estabelecidas devido à pandemia.

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