Arquivos da categoria: Inflação

Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI): agosto de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado Ipea, apresentou taxa de variação de 0,53% em agosto de 2024, situando-se 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,6 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 6,11% nos últimos doze meses.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

O resultado registrado pelo produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024, com avanço de 1,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024 (isto é, na margem) e de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023 (isto é, na comparação interanual), se mostrou significativamente maior do que havíamos previsto na última Visão Geral da Conjuntura (Nota de Conjuntura no 27 da Carta de Conjuntura no 63). Os dados surpreenderam também as expectativas do mercado, cuja mediana mostra­va um avanço esperado de 0,9% na margem.

Se é verdade que as previsões do Grupo de Conjuntura para o PIB do segundo trimestre – 0,50% de crescimento na margem (contra 1,45% verificado na prática) e 1,30% de crescimento interanual (contra 3,30% verificado na prática) – se mostraram inferiores aos valores efetivamente realizados, também é justo notar que os erros foram relativos ao ritmo de crescimento na margem, não ao padrão de crescimento da economia propriamente dito.

Com efeito, há um conjunto de vetores atuando na economia de forma bastante clara no momento. O primeiro deles é a redução das exportações líquidas, com as importações crescendo mais rapidamente do que as expor­tações após um 2023 atípico por conta de recordes na produção agropecuária e extrativa mineral. O segundo deles é o crescimento da massa salarial ampliada – puxada por um mercado de trabalho aquecido e por aumentos nos gastos com benefícios de previdência e assistência social pagos pelo governo – com rebatimentos sobre o desempenho do consumo das famílias. O terceiro é o baixo dinamismo na margem da produção agropecuária, após um 2023 de produção recorde e problemas climáticos. O quarto é o dinamismo do consumo das admi­nistrações públicas, puxado pelos gastos de estados e, principalmente, municípios respondendo ao aumento da tributação, seja por meio de repasses da União ou pelo crescimento do ICMS e do ISS. Menos pronunciada, ainda, mas igualmente importante – notadamente na margem – é a tendência de recuperação da FBCF em 2024 após desempenho decepcionante no biênio 2022-2023. Embora nenhum dos referidos vetores esteja imune a choques negativos em um trimestre ou outro, tomados em conjunto, eles deixavam claro já em junho, tanto para o Grupo de Conjuntura do Ipea quanto para a maior parte dos analistas, que a economia deveria crescer significativamente em 2024, puxada pela demanda interna, e a despeito das notícias negativas vindas do Sul.

Os dados do segundo trimestre reforçaram essa percepção, mostrando que o ritmo de crescimento da economia era ainda mais rápido do que o que se notava à época. À luz dos referidos dados não faz mais sentido, portanto, supor que a economia crescerá 2,20% em 2024, de modo que o Grupo de Conjuntura do Ipea optou por rever a previsão do crescimento do PIB em 2024 para 3,30%, mesmo com o anúncio pelo Copom do Banco Central do Brasil (BCB) do aumento da taxa Selic para 10,75% no dia 18 de setembro deste ano. Há vários motivos para tanto, mas talvez o principal seja o fato de o que já sabemos sobre o que ocorreu no terceiro trimestre nos levar a crer que a economia continuou crescendo na margem no período, mesmo após dois trimestres bastante vibrantes. Ademais, com as decisões recentes tomadas pelo Federal Reserve e pelo BCB, as incertezas que ainda pairam sobre 2024 foram consideravelmente reduzidas. Embora o novo ciclo de alta da taxa de juros recém-i­niciado no Brasil tenha efeitos contracionistas claros, há bons motivos para achar que possa ser curto, servindo principalmente para alinhar as expectativas. Neste cenário, a perspectiva de crescente diferencial de juros prati­cados no Brasil e nos Estados Unidos acalmaria o mercado de câmbio, aliviando com isso pressões inflacionárias, e a economia desaqueceria para o patamar de 2,40% de crescimento anual ao longo de 2025. Ademais, a piora das condições climáticas e as expectativas de reversão da queda da inflação de serviços verificada ao longo de 2023 e do primeiro semestre deste ano levaram o grupo a aumentar a expectativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 para 4,40%, número esse que, no cenário de referência supracitado, cairia para 3,90% em 2025.

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Análise e Projeções de Inflação

Por Maria Andréia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira

Os dados mais recentes mostram que, ao conjugar uma aceleração mais intensa dos preços livres com o surgimento de pressões adicionais sobre os preços administrados, o ambiente inflacionário brasileiro vem se tornando menos favorável, gerando, por conseguinte, um aumento das expectativas de inflação. Por certo, diante de um desempenho mais forte do nível de atividade e seus impactos sobre um mercado de trabalho já bastante aquecido, a aceleração dos preços dos serviços livres, aliada aos efeitos da desvalorização cambial sobre os bens comercializáveis e à ocorrência de novos focos de pressão sobre os preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis, sinaliza que o processo de desinflação da economia brasileira tende a ser mais lento que o projetado anteriormente.

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A partir desse contexto mais desafiador, mesmo diante de um cenário de menor pressão de preços dos alimentos, a piora na trajetória dos serviços livres, dos bens industriais e dos preços administrados, ante a projetada anteriormente, gerou uma elevação das projeções do Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea) para a inflação em 2024. No caso do IPCA, a alta estimada avançou de 4,0% para 4,4%, enquanto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a taxa passou de 3,8% para 4,2%.

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Inflação por faixa de renda – agosto/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em agosto, na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma forte desaceleração da inflação para todas as classes de renda pesquisadas. No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 0,09% em julho para -0,19% em agosto, refletindo, sobretudo, a deflação dos alimentos no domicílio e das tarifas de energia elétrica. Já para as famílias de renda alta, embora as quedas dos preços dos alimentos e da energia, juntamente com a deflação das passagens aéreas, também tenham contribuído para um alívio inflacionário em agosto, estas não foram fortes o suficiente para anular os efeitos altistas vindo dos reajustes das mensalidades escolares, dos planos de saúde e dos serviços pessoais.

Dessa forma, mesmo diante de um recuo em relação a julho (0,80%), a taxa de inflação dessa classe ainda registrou variação positiva em agosto (0,13%). Em que pese esse aumento mais forte da inflação em agosto para a faixa de renda alta, no acumulado do ano, a taxa apurada nesse segmento (2,58%), encontra-se em patamar inferior ao registrado pela classe de renda muito baixa (2,76%). No acumulado em 12 meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,72%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,97%).

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Dados Xls



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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI): julho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,64% em julho de 2024, situando-se 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,67 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula variação de 5,47% nos últimos doze meses.

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Inflação por faixa de renda – julho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em julho, enquanto a inflação desacelerou para as duas classes de renda mais baixas, os demais segmentos de renda apresentaram uma alta inflacionária, na comparação com o mês imediatamente anterior. No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 0,29% em junho para 0,09% em julho, refletindo, sobretudo, a melhora no desempenho dos alimentos no domicílio, cuja deflação anulou, pelo menos em parte, o alto impacto vindo dos reajustes das tarifas de energia elétrica e do gás de botijão. Em contrapartida, além de se beneficiarem proporcionalmente menos da queda dos preços dos alimentos, os reajustes dos combustíveis, dos serviços pessoais e de recreação e, especialmente, das passagens aéreas explicam esta pressão inflacionária mais forte para as famílias de renda alta, cuja taxa avançou de 0,04% para 0,80%, entre junho e julho.

Em que pese este aumento mais forte da inflação em julho para a faixa de renda alta, no acumulado do ano, a taxa apurada neste segmento (2,44%) encontra-se em patamar inferior ao registrado para a classe de renda muito baixa (2,96%). No acumulado em doze meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (4,05%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (5,09%). ​

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI)- junho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,68% em junho de 2024, situando-se 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,98 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 4,77% nos últimos doze meses.

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Inflação por faixa de renda – junho/2024

Por Maria Andréia P. Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em junho, embora tenha ocorrido desaceleração da inflação para todas as classes de renda pesquisadas, esta foi mais significativa para o segmento de renda alta. Por certo, após registar alta de 0,46%, em maio, a taxa de inflação das famílias de renda alta recuou para 0,04% em junho, favorecida, sobretudo, pela queda das tarifas aéreas e dos transportes por aplicativo. Já para as famílias de renda muito baixa, a desaceleração da inflação foi menos intensa – de 0,48%, em abril, para 0,29%, em maio –, tendo em vista que além de não se beneficiarem da deflação das passagens aéreas, o aumento dos preços dos alimentos no domicílio impacta proporcionalmente mais o custo de vida deste segmento.

Com efeito, a alta dos preços dos alimentos ao longo do ano é o principal fator de pressão sobre a inflação da classe de renda muito baixa, cuja taxa acumulada de 2,87%, em 2024, situa-se bem acima da registrada pelo estrato de renda alta (1,64%). No acumulado em 12 meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,66%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,79%). ​

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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI)- maio de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,77% em maio de 2024, situando-se 0,15 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 1,11 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 3,76% nos últimos doze meses.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Roberto Amitrano, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Hamilton Matos dos Santos

Na última Visão Geral da Conjuntura (publicada na Nota no 27 da Carta de Conjuntura no 62), divulgada em março deste ano, prevíamos que a economia deveria continuar crescendo ao longo de 2024 e que esse crescimento seria liderado pela demanda interna. À época, nosso cenário subjacente presumia uma economia caracterizada por um mercado de trabalho aquecido, o que, somado às políticas de sustentação de renda do governo, tenderia a estimular o consumo de bens de serviços. Além disso, os indicadores apontavam para uma recuperação dos investimentos e da indústria de transformação, ambos favorecidos pelo processo de ajustamento de estoques e por um nível de utilização de capacidade rodando acima da média histórica. Por fim, o cenário também previa um crescimento mais robusto das importações, de modo que as exportações líquidas dificilmente puxariam a economia tanto quanto em 2023, ano marcado por desempenho excepcional das exportações.

As informações já disponíveis sobre o segundo trimestre quando da redação deste texto (concluída no fim de junho de 2024) – a maioria das quais relativas ainda a abril – não são suficientes para mudarmos nosso cenário-base de crescimento do PIB de 2,2% em 2024. É fato que houve choques negativos importantes nos últimos meses – notadamente a tragédia climática no Sul, registrada entre o fim de abril e o início de maio, e a interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 19 de junho. Por sua vez, os últimos dados sugerem que o PIB do setor agropecuário em 2024 será maior do que esperávamos anteriormente e que tanto a massa salarial quanto a FBCF continuavam em expansão em abril do ano corrente.

Permanecem – até onde podemos observar – incertezas decisivas a respeito do impacto dos eventos ocorridos no Sul sobre a economia nacional. De um lado, restam poucas dúvidas de que a destruição do estoque de capital e a disrupção da atividade econômica no estado foram muito acentuadas. De outro, mesmo com as enchentes, o desempenho do PIB agropecuário do Rio Grande do Sul em 2024 deverá ser bem superior ao verificado no ano passado – posto que grande parte da safra de 2024 já tinha sido colhida antes das enchentes e que a produção do estado foi prejudicada por dificuldades climáticas em 2023 –, e o pacote de ajuda governamental, cujos contornos precisos ainda estão sendo discutidos no Congresso Nacional, deverá ser muito significativo.

Há menos dúvidas, naturalmente, sobre o efeito negativo do impacto da interrupção do ciclo de cortes na taxa Selic sobre a economia. Mas, como aponta o próprio comunicado do Copom do dia 19 de junho, tal pausa é em grande medida reflexo do “maior dinamismo do que o esperado”1 apresentado pelos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho em tempos recentes – ou seja, em 2024 a economia provavelmente cresceria mais do que o previamente projetado caso os juros continuassem em queda. Diante disto, por ora mantemos nossa projeção de crescimento de 2,2% do PIB em 2024. É justo notar, entretanto, que em prazo mais longo os juros elevados deverão contribuir para um desempenho menos vigoroso da economia, de modo que nossa projeção de crescimento do PIB em 2025 foi reduzida de 2,5% para 2,3%.

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