Por Maria Andreia Parente Lameiras e Marcos Dantas Hecksher
As estimativas próprias mensais apresentadas nesta Nota, feitas com base nos dados por trimestre móvel da PNAD Contínua, sinalizam que, em março, o mercado de trabalho segue aquecido, conjugando expansões da população ocupada (PO) e dos rendimentos reais, possibilitando, desta forma, a manutenção da desocupação em níveis historicamente baixos e crescimento da massa salarial. Em março de 2025, a PO no país somava 103,2 milhões de pessoas, avançando 2,2% na comparação com o mesmo período de 2024. Já em termos dessazonalizados, em março, a PO abarcava 104,0 milhões de trabalhadores, o que representa uma leve alta de 0,2% em relação ao observado em fevereiro. Nota-se, ainda, que essa aceleração da ocupação vem sendo acompanhada de um movimento similar, porém menos intenso, da força de trabalho. Por certo, na comparação interanual, a força de trabalho brasileira avançou 1,4%, passando de 108,1 milhões, em março de 2024, para 110,7 milhões, em março de 2025. Já em relação a fevereiro, este contingente manteve-se estável.
Ainda de acordo com os dados da PNAD Contínua, a taxa de participação (TP) no mercado de trabalho brasileiro chegou a 62,5% em março de 2025, ou seja, 0,3 ponto percentual (p.p.) maior que a observada no mesmo período de 2024. Na comparação com fevereiro (62,60%), a TP dessazonalizada mostrou relativa estabilidade (62,56%). Nesse contexto, caracterizado por uma expansão da ocupação em ritmo superior ao apresentado pela força de trabalho, a taxa de desocupação (TD) registrou nova queda, em março, recuando de 8,1%, em 2024, para 7,4%, em 2025. Já na série livre de sazonalidade, a desocupação de 6,4% apontada em março recuou 0,3 p.p. ante a observada em fevereiro (6,7%).