Comércio exterior do agronegócio: agosto de 2023

Por Diego Ferreira, Ana Cecília Kreter e José Ronaldo de C. Souza Jr.

O agronegócio brasileiro encerrou agosto de 2023 registrando superávit comercial de US$ 13,99 bilhões. Ainda que suas exportações tenham aumentado 5,3% ante o mesmo mês de 2022, atingindo o montante de US$ 15,44 bilhões exportados, o aumento de 7,78% registrado no saldo da balança comercial do setor é também reflexo da queda de 13,8% nas importações de produtos agropecuários pelo Brasil, que atingiu a marca de US$ 1,45 bilhão no último mês. Embora o expressivo superávit comercial do agronegócio continue a compensar o déficit enfrentado pelos demais setores, a contínua queda no volume importado pela economia brasileira tem beneficiado expressivamente a balança comercial do país.

No acumulado dos últimos doze meses, o superávit comercial do agronegócio somou US$ 145,50 bilhões, valor 13,3% maior do que no período dos doze meses anteriores, resultado de US$ 162,54 bilhões de exportações (crescimento de 11,9% ante igual período anterior) e US$ 17,03 bilhões de importações (crescimento de 1,3%).

230920_nota_28_tabela_1

230920_nota_28_grafico_1

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – julho de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou uma queda de 2,5% na comparação entre julho e junho na série com ajuste sazonal. Esse indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Este resultado ocorreu em razão do recuo de 3,5% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da alta de 0,2% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O desempenho negativo em julho sucedeu ao avanço registrado em junho, implicando uma queda de 0,3% no trimestre móvel encerrado em julho, na margem. Já na comparação interanual ocorreram recuos de 5,2% do indicador mensal contra julho do ano passado e de 2,6% no trimestre móvel em relação ao verificado no mesmo período de 2022. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou baixa de 1,1%, corroborando o cenário de estagnação já apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

230919_cc_60_nota_27_consumo_aparente_tabela_1

230919_cc_60_nota_27_consumo_aparente_grafico_1

Acesse o texto completo

Dados Consumo XLS



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Investimento líquido e estoque de capital – segundo trimestre de 2023

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior e Felipe Moraes Cornelio

Esta nota atualiza as séries dos indicadores Ipea de investimento líquido e de estoque de capital até o segundo trimestre de 2023. Os dados acumulados em doze meses dos investimentos brutos (formação bruta de capital fixo – FBCF) mostram uma queda de 8,1% no segundo trimestre de 2023. No entanto, isso ocorre devido à alta base de comparação, e o nível da FBCF, portanto, se mantém elevado. Por conseguinte, o investimento líquido (FBCF excluído o valor da depreciação do estoque de capital prévio) se beneficiou da manutenção da FBCF e, combinado com redução da depreciação, apresentou uma aceleração do crescimento. O resultado em termos de estoque de capital foi a continuidade de crescimento, atingindo uma taxa de crescimento interanual de 1,3% em junho de 2023 – depois de ter fechado 2022 com 1,0%. Em termos de investimento líquido, a categoria de máquinas e equipamentos apresenta valores negativos, após a apresentação de valores positivos até o início de 2022. As outras duas categorias, construção e outros, apresentaram crescimento no período.

230914_graficos_nota_26

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Inflação por faixa de renda – agosto/2023

Por Maria Andreia Parente Lameiras

Mantendo-se a tendência dos últimos meses, em agosto, os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostram que a inflação foi, novamente, menor para as famílias de renda mais baixa. Segundo o indicador, enquanto os preços dos bens e serviços consumidos pelo grupo de renda muito baixa avançaram, em média, 0,13% em agosto, a variação média dos preços registrada no segmento de renda alta foi de 0,24%. Já a classe de renda média alta foi a que apontou a maior taxa de inflação no mesmo mês (0,32%).

No acumulado do ano, a faixa de renda muito baixa é a que apresenta a menor taxa de inflação (2,3%), ao passo que a maior variação ocorre no segmento de renda alta (3,8%). De modo semelhante, no acumulado em doze meses, enquanto a menor taxa de inflação é verificada na classe de renda muito baixa (3,7%), a mais elevada está no estrato de renda alta (5,9%).


230914_tabela_cc_60_nota_25

230913_graficos_cc_60_nota_25

Acesse o texto completo

Dados XLS



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI) – julho de 2023

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de -0,03% em julho de 2023, situando-se 0,27 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada no mês anterior (-0,30%). Na comparação com o mesmo mês de 2022, a variação foi -0,38 p.p. menor. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula variação de 3,14% nos últimos doze meses.

230913_tabela_1

230913_tabela_2

Acesse o texto completo

Dados XLS



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em agosto de 2023

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), agosto de 2023 apresentou um déficit primário de R$ 25,7 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 134,6 bilhões nesse mês, decréscimo em termos reais de 7,1%, comparativamente a agosto de 2022, ao passo que a despesa totalizou R$ 160,4 bilhões, decréscimo de 18,9% na mesma base de comparação. No acumulado de janeiro a agosto o déficit primário está em R$ 102,9 bilhões, ante o superávit de R$ 26,3 bilhões no mesmo período de 2022.

230913_tabela_cc_60_nota_23

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do segundo trimestre de 2023

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os rendimentos habituais reais médios apresentaram aumento de 6,2% no segundo trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, apontando a desaceleração da recuperação da renda. A renda média habitual real de R$ 2.924, registrada no segundo trimestre de 2023, pela primeira vez supera os níveis observados no mesmo trimestre de 2019 (R$ 2.904), imediatamente anterior à pandemia. Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real em junho de 2023 (R$ 2.936) foi 1,8% maior que o observado no mês anterior (R$ 2.883) e 0,2% maior que o registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.929).

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período do ano passado foram registrados no Centro-Oeste e no Nordeste, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) e com ensino fundamental incompleto. Nenhum grupo demográfico de trabalhador apresentou queda na renda, mas o crescimento foi menor para os que habitam no Sul e em regiões não metropolitanas, os maiores de 60 anos, aqueles com ensino médio completo e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, revela-se que o menor crescimento dos rendimentos no segundo trimestre de 2023 encontra-se nos trabalhadores do setor privado com carteira, com elevação da renda habitual de 4,1%, e os trabalhadores do setor público 4%. Por sua vez, os trabalhadores informais foram os que tiveram o maior aumento da renda habitual, com acréscimo de 7,5% para os trabalhadores por conta própria e de 4,9% para os sem carteira. Isso se refletiu no comportamento da renda por setor de atividade: os setores mais informais, mais atingidos pela pandemia, são os que agora mostram crescimento da renda (agricultura, comércio, construção, e alojamento e alimentação), ao passo que setores mais formais, como administração púbica, educação e saúde, e indústria, apresentaram menor elevação da renda habitual ou efetiva. No entanto, nesse segundo trimestre de 2023 observa-se menor crescimento da renda em setores bastante informais, como serviços pessoais e coletivos e transporte.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No segundo trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar caiu ligeiramente para 0,517. Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma queda maior desde o terceiro trimestre de 2022, reduzindo-se de 0,494 para 0,488 no segundo trimestre de 2023.​

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Indicador Ipea mensal de FBCF – Resultado de junho de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registra uma queda de 0,5% na comparação entre junho e maio na série com ajuste sazonal. O resultado sucedeu à alta verificada em maio, quando o indicador avançou 2,3%. Com isso, o trimestre móvel encerrado em junho registrou crescimento de 0,1% na comparação dessazonalizada – resultado já ajustado de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale notar que o indicador se situa 16,2% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013.

Nas comparações com os mesmos períodos de 2022, o indicador mensal apresentou quedas de 2,9%, em junho, e 2,6%, no trimestre móvel. Em relação aos primeiros seis meses de 2022, o resultado é negativo (-0,9%). Já no acumulado em doze meses, os investimentos totais apresentaram um crescimento de 1,7% em junho.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um recuo de 0,5% em junho, encerrando o trimestre móvel com queda de 0,6%.

230905_cc_60_nota_21_tabela

230905_cc_60_nota_21_graficos

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mercados e preços agropecuários

Por Ana Cecília Kreter , José Ronaldo de C. Souza Júnior, Wellington Silva Teixeira e Nicole Rennó Castro

Esta Nota de Conjuntura traz o acompanhamento dos preços domésticos e internacionais até julho de 2023 e do balanço de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários brasileiros referente à safra atual.

O segundo trimestre de 2023 segue com preços domésticos dos principais produtos abaixo dos praticados nesse mesmo período nos dois anos anteriores. Esse é o caso tanto dos principais grãos – soja, milho e trigo – quanto das carnes – bovina, suína e de frango. Com o aumento da oferta nacional, consequência da boa safra 2022-2023, o Brasil não só aumentou a oferta doméstica, como também elevou o seu potencial de exportação. De fato, o que tem se observado ao longo do ano é a capacidade do país de aproveitar o cenário favorável para manter sua posição de liderança no mercado internacional, além de ampliar sua participação nos embarques de commodities, até então com menos peso na pauta de exportação, como tem sido o caso do trigo e do farelo de soja.

230905_cc_60_nota_20_graficos

230905_cc_60_nota_20_tabela

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Desempenho do PIB no segundo trimestre de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho e Julia de Medeiros Braga

O PIB avançou 0,9% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, já livre de efeitos sazonais, resultado que sucedeu alta de 1,8% observada no período anterior. Na comparação interanual, o resultado também foi positivo, com alta de 3,4% sobre o segundo trimestre de 2022. Com isso, o PIB acumula um crescimento de 3,2% em quatro trimestres. De um modo geral, o bom desempenho no segundo trimestre foi bastante disseminado entre os componentes do PIB e sua composição confirmou nossas expectativas. Pela ótica da despesa, as exportações tiveram forte aumento interanual (12,1%), explicando 2,4 pontos percentuais da expansão de 3,4% de aumento interanual do PIB. Contudo, essa não é toda a história, pois o mercado interno também desempenhou papel positivo e juntos o consumo da família e do governo também apresentaram contribuição elevada no PIB. Por outro lado, os investimentos produtivos, especialmente em máquinas e equipamentos, ainda apresentam quadro de estagnação, com contribuição negativa ao crescimento interanual do PIB. A variação de estoques também contribuiu negativamente para o resultado interanual do PIB, embora esse seja um fator positivo, pois está possivelmente associado ao escoamento da produção agropecuária. Quadro ainda desafiador é o da indústria da transformação, com queda na variação interanual, ainda que tenha interrompido sequência de três trimestres de queda na margem. O nível elevado dos juros pode ter papel relevante em explicar o mau desempenho da demanda por investimentos e da atividade manufatureira. Com o crescimento do PIB no segundo trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 3,2% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos dois períodos, o PIB fechará o ano com alta de 3,2%.

230904_tabela

230904_graficos

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------