Por Sandro Sacchet de Carvalho
Os dados dos rendimentos do trabalho do terceiro trimestre de 2024 apresentaram uma estabilidade em relação ao trimestre anterior, encerrando os contínuos aumentos da renda iniciados no segundo semestre de 2023. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 3,7%. Entretanto, estimativas mensais mostram novo crescimento do rendimento habitual médio real nos últimos três meses, tendo o valor médio alcançado R$ 3.279,00 em outubro de 2024, valor 1,8% maior que o observado em julho.
Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2023 foram registrados no Nordeste, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) e com ensino fundamental completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental ou médio incompletos apresentaram um fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam o Centro-Oeste e Norte, entre os jovens (14 a 24 anos) e em regiões metropolitanas.
Na abertura por vínculo de ocupação, os dados revelam que, no terceiro trimestre de 2024, os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual da renda acima de 5% (5,1% e 6,5%, respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 3,6%, mantendo taxas de crescimento mais lentas que as categorias informais desde o início de 2022. Os trabalhadores do setor público mostraram uma maior desaceleração do crescimento da renda, tendo seus rendimentos crescido 2,6% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Por setor, no terceiro trimestre de 2024, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de educação e saúde, agricultura e serviços profissionais, com elevação interanual da renda habitual de 1,7%, 2,0% e 1,4%, respectivamente. Já os trabalhadores da construção se recuperaram da queda no trimestre anterior e obtiveram um crescimento da renda de 5,7%. O setor com maior crescimento da renda no terceiro trimestre de 2024 foi o de transporte, com 6,6%.
Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022, apresentando reversão da queda da desigualdade da até o terceiro trimestre daquele ano, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No terceiro trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar recuou até 0,517. Já o índice de Gini da renda individual retornou para 0,490, mesmo valor observado no primeiro trimestre de 2024.
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