As dimensões internacionais das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação

As dimensões internacionais das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação

Chamada para artigos para o número 28, 2022/1

Tema: As dimensões internacionais das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação

Período de submissão de artigos: 16 de novembro de 2021 a 15 de janeiro de 2022

Lançamento do número 28 da revista Tempo do Mundo – abril de 2022


Há dimensões internacionais em quase todos os aspectos das políticas voltadas à promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). CT&I desempenham papel crucial na governança pública e privada global, na política externa dos Estados-nacionais e nas atuações internacionais dos representantes da sociedade civil – corporações transnacionais, organizações de terceiro setor, academias de saber, dentre outros -- seja por constituir um locus de cooperação entre nações e outros atores, ou por estabelecerem diferenciais no caso de conflitos. Torna-se imperativo, pois, compreender as problemáticas situadas na intersecção de CT&I e dos negócios internacionais, entre entes estatais e/ou privados, como fonte de cooperação ou de conflito na arena internacional. Trata-se de uma abordagem multi e interdisciplinar, que deve estar de preferência alicerçada em casos reais relacionados a temas de meio ambiente, saúde, energia, segurança, desenvolvimento e comércio exterior, entrelaçados com questões históricas, políticas, econômicas, sociais e culturais no âmbito das relações exteriores.

Dentre os tipos de abordagens possíveis, sugerem-se:

1. CT&I como Recursos de Poder nas Relações Internacionais: de que maneira as iniciativas de CT&I têm sido utilizadas na arena internacional para alavancar o poder relativo estatal, nas dimensões estratégica (inclusive militar), política e econômica.

2. Institucionalidade da Cooperação Internacional em CT&I: os modelos de cooperação internacional entre estados e organizações internacionais nas temáticas da CT&I, nos planos bilateral, regional e multilateral.

3. Política Externa em CT&I: de que maneira aspectos de CT&I atuam como elementos de uma política externa, tanto para países desenvolvidos como para países emergentes/em desenvolvimento, com ênfase ao caso brasileiro: como o Brasil recebe e exporta CT&I e como CT&I têm sido utilizadas para aumentar os laços com parceiros específicos em áreas determinadas, conforme o interesse nacional e a estratégia de inserção internacional.

4. O Fator `Quem`: os atores relevantes no trato da cooperação internacional em CT&I: governos nacionais, empresas, instituições científicas e tecnológicas, organizações não-governamentais, entes sub-federativos e outros.

5. As fronteiras do saber e do fazer: busca-se compreender questões contemporâneas críticas ligadas ao mundo digital e virtual nas relações internacionais, tais como segurança cibernética e diplomacia cibernética e seus efeitos sobre as estruturas de governança global e o relacionamento entre Estados e destes com atores não-estatais, no âmbito da condução de negócios lícitos e ilícitos, e temas transnacionais de enfrentamento comum, tais como a pandemia de Covid-19, as mudanças climáticas e o aquecimento global, a dinâmica demográfica, os ilícitos transnacionais, a ordem econômica global, em tudo que se relacione com aspectos de Ciência, Tecnologia e Inovação.

​As dimensões internacionais das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação é o tema do 28º número da Revista Tempo do Mundo. Este número será coordenado por Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e Alberto Pfeifer, coordenador geral do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (GACInt) da USP. Eles são idealizadores e ministrantes, desde 2016, da disciplina “Science, Technology and Innovation: the international dimension”, oferecida no âmbito dos programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade de São Paulo.