A RELAÇÃO ENTRE PND/END, AUTONOMIA TECNOLÓGICA E LOGÍSTICA AERONÁUTICA
O CASO DA DEPENDÊNCIA DE ITENS DO A-29 REPARADOS NO EXTERIOR (2004-2024)
DOI:
https://doi.org/10.38116/rtm37art13Palavras-chave:
base industrial de defesa, Forças Armadas, logística, ciclo de vida, tecnologia militarResumo
Este trabalho explora em que medida há margens de autonomia tecnológica e produtiva na área de defesa no Brasil. Mais especificamente, analisa-se a questão da dependência de itens reparados no exterior em um dos seus principais projetos militares. Desde a primeira Estratégia Nacional de Defesa (END), lançada em 2008, o tema base industrial de defesa (BID) tem sido recorrente nos principais documentos norteadores da Defesa nacional. Contudo, observa-se que, assim como em outros países, há uma expressiva diferença entre o ideal e o que realmente ocorre em alguns dos projetos militares no Brasil. A tecnologia avança rapidamente, e os mais complexos projetos tecnológicos – como os da Defesa nacional – possuem componentes oriundos de uma cadeia intrincada de países, fornecedores, subfornecedores e relações geopolíticas. Assim, foi realizado um estudo de caso sobre a manutenção das aeronaves A-29 da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizando como base a abordagem realizada por Blanchard (2004) sobre o tema logística, abrangendo o período entre 2004, ano de entrada em operação dessa aeronave, até 2024, quando a coleta do material de pesquisa foi concluída. Como resultado, averiguou-se que aproximadamente 41% dos itens do A-29, reparados mediante o contrato de suporte logístico firmado entre a FAB e a Embraer, necessitam de algum tipo de manutenção no exterior. Dessa forma, conclui-se a importância de se estudarem possíveis medidas para ao menos mitigar desafios similares em projetos militares mais complexos em andamento no Brasil.
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