ALÉM DOS ODS
A BUSCA POR UM NOVO PARADIGMA DE DESENVOLVIMENTO POR MEIO DA LENTE DO G20
DOI:
https://doi.org/10.38116/rtm34art2Palavras-chave:
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), G20, novo paradigma de desenvolvimentoResumo
A busca por um paradigma de desenvolvimento alternativo se tornou significativa em vista das múltiplas crises enfrentadas pela comunidade global. A crescente preocupação em atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 é uma indicação clara da incapacidade de o paradigma de desenvolvimento existente nos ajudar a atingir os objetivos desejados. Há muito tempo argumenta-se que o desenvolvimento é alcançado por meio da otimização dos interesses individuais, acreditando-se que isso resultaria automaticamente na maximização do bem-estar agregado. No entanto, as complexas interações entre os espaços econômicos, sociais, culturais, políticos, ambientais e ecológicos e a consequente infinidade de crises nos fazem perceber que o desenvolvimento exige um esforço coletivo que envolva as interações simultâneas, não apenas entre os indivíduos, mas também com a natureza, para garantir uma existência sustentável para todos – o objetivo fundamental do desenvolvimento sustentável. O Grupo dos Vinte (G20), como uma plataforma coletiva de países, deve desempenhar um papel eficaz na entrega do desenvolvimento como um bem coletivo. A influência diplomática e a estatura estratégica do G20 devem trazer uma mudança ampliada em nossas interações com os outros e com o planeta. O predomínio do paradigma conceitual do desenvolvimento liderado pelo indivíduo foi necessário devido a dois entendimentos mais fechados no discurso do desenvolvimento contemporâneo: o desenvolvimento sendo entendido como sinônimo de crescimento liderado pelo produto nacional bruto (PNB) e a natureza reversível e ilimitada dos recursos explorados para alcançar o crescimento. Essa perspectiva está sendo questionada, uma vez que está claro que o desenvolvimento de alguém não é alcançado sem contribuições significativas de outros. Argumenta-se, inclusive, que a liberdade de uma pessoa atualmente é, muitas vezes, o resultado da falta de liberdade de outras pessoas, visto que o desenvolvimento buscado até agora resultou principalmente da extração tanto da natureza quanto de outros indivíduos. Essa constatação resultou na cunhagem do termo “ninguém é deixado para trás” como o espírito do desenvolvimento sustentável. O artigo discute a natureza interligada do desenvolvimento ao longo de suas vertentes socioeconômica, ambiental, ecológica e física e propõe um novo “paradigma de desenvolvimento que envolve interações dinâmicas entre essas vertentes para garantir o desenvolvimento sustentável na realidade e argumenta que a plataforma do G20 deve desempenhar um papel ativo para garantir as interligações necessárias.
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