O ESTUDO DA POLÍTICA EXTERNA COMO POLÍTICA PÚBLICA

VINHO VELHO EM GARRAFAS NOVAS?

Autores

  • Leticia Pinheiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Fernanda Nanci Gonçalves Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.38116/rtm33art1

Palavras-chave:

Análise de Política Externa, Análise de Políticas Públicas, Política Externa Brasileira, Processo Decisório, Diálogo Interdisciplinar

Resumo

Com a consolidação da subárea de análise de política externa (APE) no Brasil, surgiram novas abordagens apontando para a diversificação crescente de atores partícipes do processo decisório da política externa. Tal como ocorreu no Brasil, nos espaços acadêmicos de países com densa produção na área, observou-se um movimento que incentivou analistas de política externa a abrirem o diálogo interdisciplinar para explicar essa realidade. Assim, pesquisadores estrangeiros e brasileiros passaram a fazer novas perguntas de pesquisa, fortalecendo o interesse sobre a dinâmica da politics no universo da política externa, ampliando o diálogo com a área de análise de políticas públicas (APP). Este artigo objetiva discutir como a subárea de APE tem enfrentado os efeitos da nova configuração do processo decisório da política exterior, examinando, em particular, seu diálogo com a literatura de APP. Por meio de uma abordagem qualitativa, baseada em revisão da literatura no Brasil e no exterior, este artigo busca responder às seguintes questões: como a APE tem usado metodologias e conceitos da APP para explicar o processo decisório e o conteúdo da política externa, além de discutir a sua avaliação? Quais os benefícios decorrentes deste procedimento? Quais são os obstáculos que têm sido enfrentados nessa empreitada? Por fim, responde-se à pergunta do título deste artigo em que a referência à parábola do vinho velho em garrafas novas lança luz sobre questões relativas à natureza do objeto da investigação, da inovação teórica e metodológica e da fertilização cruzada entre a APE e a APP. Conclui-se que há um significativo avanço no diálogo entre as subáreas no Brasil e no exterior, o que traz inúmeros benefícios recíprocos, podendo ampliar o escopo e trazer à luz novas conexões entre os planos interno e externo, assim como incentivar a reflexão sobre a própria natureza da política externa e das demais políticas públicas.

Biografia do Autor

Leticia Pinheiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora associada do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj) e coordenadora do Núcleo de Estudos Atores e Agendas de Política Externa (Neaape/Iesp/Uerj); doutora em relações internacionais pela London School of Economics and Political Science; e mestre em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Fernanda Nanci Gonçalves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora adjunta do Departamento de Relações Internacionais da Uerj; coordenadora do Neaape/Iesp/Uerj; doutora em ciência política pelo Iesp/Uerj; e mestre em relações internacionais pela PUC-Rio.

Publicado

2024-07-24

Como Citar

Pinheiro, L., & Nanci Gonçalves, F. (2024). O ESTUDO DA POLÍTICA EXTERNA COMO POLÍTICA PÚBLICA: VINHO VELHO EM GARRAFAS NOVAS?. Revista Tempo Do Mundo, (33), 17-41. https://doi.org/10.38116/rtm33art1

Edição

Seção

Dossiê Temático