OS DESAFIOS DO MERCADO DE GÁS NATURAL NO BRASIL COMO POTENCIAL INDUTOR DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA

Autores

  • João Victor Marques Cardoso Fundação Getulio Vargas (FGV)
  • Luiza Gomes Guitarrari Fundaçao Getulio Vargas
  • Ana Beatriz Soares Aguiar Fundaçao Getulio Vargas
  • Izabella Barbarini Baptista Fundaçao Getulio Vargas

DOI:

https://doi.org/10.38116/rtm32art3

Palavras-chave:

América do Sul, Brasil, gás natural, integração regional, transição energética

Resumo

O gás natural possui um papel duplo na transição energética e na integração energética regional. Na América do Sul, é esperado maior destaque do mercado de gás, aproveitando-se dos 7,8 bilhões de metros cúbicos em reservas e relações bilaterais existentes para conectar mercados, embora o papel do gás na transição e na integração especificamente na região não se iguale ao restante do mundo. No Brasil, o mercado de gás testemunha mudanças a partir da Nova Lei do Gás, visando à transformação de um mercado verticalmente integrado para um mercado concorrencial, sendo aproveitados o crescimento na produção brasileira e a perspectiva de maior oferta disponível nos próximos anos. Nesse contexto, este artigo questiona o potencial papel do gás como indutor da transição energética e da integração na América do Sul, em especial a partir das mudanças em curso no mercado de gás brasileiro. O objetivo é explorar como o gás pode ser o indutor da transição energética e da integração sul-americana a partir da ótica brasileira. Os principais resultados elucidam que as condições de oferta e de demanda no mercado brasileiro de gás e as atualizações regulatórias para sua abertura não atribuem papel explícito desse energético na transição a uma economia de baixo carbono e não estão apoiadas na integração regional, porém, poderiam ser um facilitador desses processos.

Biografia do Autor

João Victor Marques Cardoso, Fundação Getulio Vargas (FGV)

Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com ênfase na cooperação em bioenergia com petro-Estados. Graduado em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com Iniciação Científica no Laboratório de Estudos sobre a Política Externa Brasileira e especialidade em Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Experiência em pesquisa no Núcleo de Avaliação da Conjuntura da Escola de Guerra Naval (NAC/EGN), onde escreve para o Boletim Geocorrente e faz o mapeamento de crises na África Subsaariana. Trabalhou também na Vahalla Pesquisa e Educação, com ênfase em países exportadores de petróleo, suas vulnerabilidades estruturais e crises político-econômicas. Desenvolve projetos de pesquisa sobre transição energética e possui artigos publicados sobre cooperação internacional, segurança marítima, geopolítica da energia e petro-Estados.

Luiza Gomes Guitarrari, Fundaçao Getulio Vargas

Graduada em Defesa e Gestão Estratégia Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estagiária de pesquisa no âmbito do setor de Óleo&Gás e Biocombustíveis, com ênfase nas áreas de comércio exterior, gestão estratégica e segurança energética. Ao longo da graduação participou do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa (LESD-UFRJ) desenvolvendo pesquisa sobre o cenário energético dos países do Cáucaso e, participou da Liga Acadêmica de Petróleo (LIGPETRO) vinculada ao curso de Engenharia do Petróleo da UFRJ. Foi voluntária temporária no European Research Institute (ERI), em Turin, Itália, contribuindo para a promoção do 10º ODS da Agenda 2030 das Nações Unidas. Atualmente, atua enquanto pesquisadora de Geopolítica da Energia pós-soviética no “Boletim Geocorrente”, periódico quinzenal da Escola de Guerra Naval vinculada a Marinha do Brasil.

Ana Beatriz Soares Aguiar, Fundaçao Getulio Vargas

Graduada em Engenharia Química e mestre em Ciência e Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal – MG), atualmente cursando doutorado em Bioenergia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – SP).

Atuou como estagiária na planta industrial da Alcoa na área de Engenharia de Processos, desenvolveu atividades voltadas para o acompanhamento do setor de produção e identificação de melhorias a partir da coleta de dados e realização de uma escala de produção para refusão do alumínio e consequentemente otimização do uso dos fornos.

No mestrado, atuou na área de tratamento e remoção de metais a partir da técnica de biossorção. O projeto desenvolvido foi intitulado, como: Processo de biossorção de Cu (II) e Zn (II) por biomassa anaeróbia em sua forma granular e em pó - Análise da capacidade de adsorção e estudo cinético.

No doutorado, atua na área de digestão anaeróbia visando o aproveitamento energético do biogás a partir de sistemas de co-digestão. O título do projeto: Produção de biogás a partir da integração de vinhaça com resíduos da pecuária.

E como pesquisadora da FGV, atua em projetos no setor de Óleo, Gás e Biocombustíveis.

Izabella Barbarini Baptista, Fundaçao Getulio Vargas

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Iniciação Científica na Área de Geopolítica Energética do Petróleo no MERCOSUL com bolsa da Agência Nacional do Petróleo PRH-04 (2009-2014). Mestre em Ciência Política no Programa de Pós-Graduação de Ciência Política na Universidade de São Paulo: Bolsista CAPES. “A Estruturação da Capacidade Regulatória no Setor Petrolífero Brasileiro: a Formação Institucional da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).” (2017-2020) Pesquisadora Assistente do Projeto 42 – Marco Regulatório para a Captura e Armazenamento de Gás Carbônico no Research Centre for Gas Innovation (RCGI) no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) Programa de Pós Graduação em Energia da Universidade de São Paulo (2020 – Julho de 2021).

Publicado

2023-08-31

Como Citar

Marques Cardoso, J. V., Gomes Guitarrari, L. ., Soares Aguiar, A. B., & Barbarini Baptista, I. (2023). OS DESAFIOS DO MERCADO DE GÁS NATURAL NO BRASIL COMO POTENCIAL INDUTOR DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA. Revista Tempo Do Mundo, (32), 97-132. https://doi.org/10.38116/rtm32art3