NEW SPACE E PODER MONETÁRIO
OS ESTADOS UNIDOS NO SETOR ESPACIAL PÓS-CRISE FINANCEIRA DE 2008
DOI:
https://doi.org/10.38116/rtm29art11Palavras-chave:
new space, poder monetário estrutural, indústria espacial, startups espaciais, venture capitalResumo
A expressão new space vem sendo utilizada para denominar as transformações do setor espacial global relacionadas, principalmente, à atração de empresas privadas para as diversas cadeias de valor dessa indústria. Essas mudanças envolveriam uma troca de paradigma, visto que, tradicionalmente, o espaço foi dominado pelos Estados. Na Guerra Fria, estar à frente da corrida espacial representava deter o domínio dos avanços tecnológicos de fronteira, o que era não apenas carregado de simbolismo estratégico como também parte fundamental do modelo de desenvolvimento das potências. Atualmente, estaríamos diante da perda de protagonismo do Estado no setor espacial, a partir da crescente presença de atores privados emergidos do Vale do Silício. Entretanto, neste trabalho, considera-se a hipótese de que a centralidade do Estado no setor espacial permanece ativa e que o próprio surgimento do new space está relacionado a essa atuação. Além de uma pesquisa bibliográfica e documental, focada em conceitos como o de poder monetário estrutural e instabilidade monetária, foram consultadas bases de dados relacionadas ao mercado de venture capital, a startups espaciais e à taxa de crescimento da economia espacial global e o orçamento da National Aeronautics and Space Administration (Nasa). Os dados apontam para dois elementos que contribuíram para a ascensão do new space: a atuação do governo dos Estados Unidos no período pós-crise de 2008, levando à drástica redução das taxas de juros e influenciando no direcionamento de investimentos do setor bancário para o de venture capital; e, sobretudo, o uso do poder monetário dos Estados Unidos para a realização de contratações bilionárias no setor espacial privado.
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