A DISCRETA DIPLOMACIA DOS BANCOS CENTRAIS NO BANCO DE COMPENSAÇÕES INTERNACIONAIS (BIS)
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DOI:
https://doi.org/10.38116/rtm23art12Palavras-chave:
Banco de Compensações Internacionais (BIS), cooperação entre bancos centrais, processo de Basileia, governança, composição acionária, poder de votoResumo
O artigo avalia, a partir de perspectiva diplomática e do ponto de vista dos interesses brasileiros, o modus operandi do Banco de Compensações Internacionais (BIS). As atividades bancárias da instituição, relativamente secundárias, contribuem para a missão primordial do organismo de promover a cooperação entre bancos centrais. O texto examina os métodos de trabalho do BIS e, por meio de revisão histórica e analítica, identifica fatores que explicam a persistência da instituição ao longo de nove décadas como foro privilegiado de encontro e diálogo entre banqueiros centrais. O BIS enfrenta o desafio de equilibrar, por um lado, o sigilo que adota nas tratativas e, por outro, requisitos contemporâneos de maior transparência e legitimidade. Desde os anos 1990, houve significativa expansão geográfica da instituição, mas o peso europeu permanece desproporcional. Por meio de investigação minuciosa, foi elaborado quadro que revela a composição acionária do BIS, que não é divulgada pela entidade e continua anacronicamente concentrada nos membros fundadores. São descritas as variadas geometrias das reuniões de banqueiros centrais promovidas regularmente em Basileia e avaliadas a representatividade e a distribuição de poder nas instâncias decisórias do organismo. Recentes transformações na governança do BIS, particularmente na composição do Conselho Diretor e da Administração, embora relevantes, podem ser consideradas insuficientes. O texto relata brevemente a participação do Brasil e conclui com a defesa do continuado engajamento brasileiro, com vistas a reforçar o papel do BIS nesse momento em que surgem novos desafios relacionados à inovação tecnológica e à pandemia do novo coronavírus.
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