O trabalho total é a soma das horas efetivamente trabalhadas para o mercado, em afazeres domésticos, em trabalhos de cuidado no domicílio, trabalhos para o autoconsumo e voluntário. Em termos de gênero e raça/cor, há pouca diferença no tempo de trabalho total.

A desigualdade se expressa na desagregação por tipo de trabalho.  As jornadas no mercado (remunerado) e doméstico (não remunerado) mostram desigualdades de gênero marcantes. Em 2022, homens brancos e negros apresentaram uma jornada de trabalho no mercado de 28 e 27 horas semanais, respectivamente, enquanto mulheres brancas e negras trabalharam 18 e 16 horas no mercado.

Nos afazeres domésticos e de cuidado não remunerado, as desigualdades são expressivas. Enquanto, em 2022, homens (brancos e negros) exerceram em média 10 horas semanais em afazeres domésticos e de cuidados, mulheres brancas e negras trabalharam 19 e 21 horas, respectivamente.

Esta fotografia da desigualdade na dedicação entre trabalho remunerado e não remunerado, se agrava com a passagem do tempo.  Assim, as mulheres ficam cada vez mais distantes das melhores posições e dos maiores rendimentos no mercado de trabalho.  Também acumulam menos anos de contribuição para obterem uma proteção previdenciária adequada quando idosas.