O Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça é uma coleção de indicadores, calculados a partir de dados coletados trimestralmente pelo IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, a PNADC.  A seleção dos indicadores, tratamento e disponibilização dos dados é realizada pelas equipes técnicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea.

Após sua implantação definitiva em 2016, a PNADC é uma pesquisa madura e que permite a construção de séries consistentes, com dados desagregados por sexo e raça/cor.  A PNADC apresenta inúmeras vantagens em relação à PNAD anual que a precedeu, sendo a mais importante o maior tamanho de sua amostra, o que permite realizar, com significância estatística, mais desagregações das informações coletadas.

De acordo com o IBGE, os quesitos que levantam as informações de sexo e raça/cor são:

Cor ou raça: consideram-se cinco categorias para a pessoa se classificar quanto à característica cor ou raça - branca, preta, amarela (compreendendo-se nesta categoria apessoa que se declara de origem japonesa, chinesa, coreana etc.), parda e indígena (considerando-se nesta categoria a pessoa que se declara indígena ou índia).

Sexo: referente às categorias masculino e feminino. A orientação da coleta é a captação da opção correspondente ao sexo biológico do morador (sexo atribuído ao nascer).

Fonte: veja toda a metodologia da PNADC

Para a maior parte dos indicadores, esclarecemos que realizamos a opção metodológica de agregar as categorias de raça/cor preta e de raça/cor parda sob a categoria negra.  Isto porque: (i) suas características agregadas não diferem de forma expressiva e (ii) as análises de desigualdade entre duas categorias apenas (brancos e negros) facilita a divulgação e compreensão da segmentação racial que mais influencia o nível dos indicadores construídos.  Veja uma discussão detalhada deste tópico aqui

Apesar de consolidada a PNADC reduziu o rol de perguntas em 2020 e 2021 devido à pandemia do covid-19.  Em particular, as informações sobre trabalho doméstico e de cuidados não remunerado, bem como aquelas relativas ao trabalho para o próprio consumo e voluntário, não foram coletadas em 2020 e 2021.  Por isso, algumas de nossas tabelas e gráficos não têm informações para estes anos.

Importante destacar que, apenas a partir de 2024, o IBGE implementará a coleta de dados referentes à identidade de gênero e orientação sexual.  Assim que essas informações forem disponibilizadas serão incorporadas à informação anual do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça.

A fim de realizar análises interseccionais levando em conta a raça/cor e o sexo, além das outras variáveis de interesse, esclarecemos que não foi possível construir indicadores para as populações indígenas e amarelas, devido a seu baixo peso amostral na PNADC.  Sabemos da importância crucial de tornar visíveis as desigualdades que assolam a população indígena no Brasil.  Esperamos suprir essa lacuna na próxima versão, ao incluir análises de outras pesquisas e censos do IBGE.

Por fim, cabe uma nota sobre os deflatores que utilizamos em todos os indicadores que levam em conta valores de renda pessoal (como os rendimentos do trabalho) e renda domiciliar per capita.  Para realizar comparações ao longo dos anos utilizamos o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se baseia na cesta de consumo das famílias com rendimentos monetários mensais de 1 a 5 salários mínimos.  Não utilizamos os deflatores da PNADC, que são regionalizados e calculados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que por sua vez leva em conta a cesta de consumo das famílias com rendimentos monetários de 1 a 40 salários-mínimos mensais.

Todas as tabelas são acompanhadas por uma aba de metadados, onde você pode consultar o detalhe do cálculo de cada indicador.  Por favor, nos informe sobre qualquer dúvida ou sugestões aqui.

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