Em 2022, o número de famílias brasileiras ultrapassou a marca de 72 milhões e pela primeira vez, o percentual de mulheres responsáveis por elas, 51%, foi maior do que o percentual dos homens, 49%. Desde 2019, mais mulheres são responsáveis pelas famílias nas localidades urbanas das regiões Norte e Nordeste.

Entre as mulheres responsáveis, as negras eram maioria em todas as regiões em 2022, à exceção da região Sul. Essas famílias são as mais vulneráveis do ponto de vista da renda: 69,6% delas tinham rendimento domiciliar per capita de até 1 salário mínimo. Apenas 35,4% das famílias com homens brancos como responsável tinha rendimento domiciliar per capita de até 1 salário mínimo.

Um arranjo familiar pode ser definido como a forma que a família se compõe. Essa composição leva em conta a presença de cônjuges, de filhos, outros parentes e não parentes existentes no domicílio. No Brasil, predomina o arranjo familiar formado por casal, seja com filhos ou sem. Pode ser observada uma queda na proporção dos arranjos do tipo casais com filhos e um aumento no percentual de casais sem filhos.

Pode-se falar de uma gradual e consistente mudança em curso nas famílias brasileiras, relacionadas a alterações nas relações de gênero, com uma diminuição do número de filhos nos arranjos.  Entre os arranjos familiares sem cônjuges, predominam as mulheres como responsáveis.  Entre estas mulheres, predominam as negras.

Saiba mais

TítuloAutoriaAno
Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Ana Amélia Camarano (organizadora) 2004
Arranjos Domiciliares e Arranjos Nucleares no Brasil: Classificação e Evolução de 1977 a 1998 Marcelo Medeiros e Rafael Osorio 2001
A importância de se conhecer melhor as famílias para a elaboração de políticas sociais na América Latina Marcelo Medeiros Coelho de Souza 2000
Mudanças nos arranjos familiares e seu impacto nas condições de vida: 1980 e 2010 Ana Amélia Camarano e Daniele Fernandes 2014
Famílias: Espaços de cuidados e espaços a serem cuidados Ana Amélia Camarano e Daniele Fernandes 2023
Nupcialidade nas PNADS-90: um tema em extinção? Aída C. G. Verdugo Lazo 2002