Variáveis proxy para os gastos empresariais em inovação com base no pessoal ocupado técnico-científico disponível na Relação Anual de Informações Sociais (Rais)

Radar nº 05

Calculados de acordo com metodologias padronizadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) são considerados um dos principais indicadores de insumo para as atividades de inovação e são extensamente utilizados em comparações internacionais. No Brasil, estes gastos correspondem a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e situam-se em um patamar ainda bastante inferior àquele observado nos países desenvolvidos e na Coreia do Sul, cujos gastos em P&D em relação ao PIB situam-se, em geral, entre 2% e 3%. Como resultado, o Brasil tem sistematicamente buscado adotar políticas de inovação que visam ampliar os gastos nacionais em P&D.

Outro aspecto que caracteriza esses gastos no Brasil é a ainda reduzida participação do setor empresarial nos investimentos totais. Tradicionalmente considerados um indicador do envolvimento do setor produtivo com as atividades de inovação, os gastos em P&D realizados pelo setor empresarial alcançaram, no país, em torno de 50% do total investido, o que equivale a cerca de 0,5% do PIB. Embora ascendente, este valor é inferior àquele observado nas economias mais dinâmicas, nas quais a participação do setor privado é da ordem de 70%. Tal percepção contribuiu para a adoção de políticas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), com o objetivo de promover maior envolvimento das empresas com as atividades de inovação no país. Recentemente, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) estabeleceu uma meta de investimentos empresariais em P&D correspondentes a 0,65% do PIB em 2010.

Autores: Bruno César Araújo, Luiz Ricardo Cavalcante e Patrick Alves

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