Este artigo procura examinar o efeito de alterações na distribuição da renda (entendida em sentido mais restrito que o usual) e do padrão de consumo sobre a evolução da estrutura de produção no marco de um modelo multissetorial para a economia brasileira. Com esse objetivo, desenvolve-se uma metodologia especifica, aplicada ao período 1970/75, cujos resultados destacam a importância daqueles dois fatores, diferenciadamente pelos 20 setores em que se dividiu a economia, apontando para a predominância das alterações no padrão de consumo. O modelo é em seguida usado na simulação de perfis alternativos de produção, correspondendo a diferentes distribuições do consumo agregado segundo classes de renda, com a finalidade de avaliar, em uma primeira aproximação, a sensibilidade das taxas de crescimento dos setores em relação à distribuição do consumo entre classes de renda.