A crise da dívida externa, iniciada no começo da década de 80 vem deixando profundas seqüelas na economia brasileira. A necessidade de comprimir a absorção doméstica para produzir elevados superávits comerciais e a falta de perspectivas de estabilidade macroeconômica trouxeram consigo uma redução significativa nas taxas de investimento. O monitoramento do nível de investimento torna-se, neste sentido, ainda mais necessário, sendo, contudo, difícil de realizar com informações anuais, até há pouco as únicas disponíveis. O objetivo a que este trabalho se propõe é exatamente ajudar a cobrir esta lacuna, através da estimação de indicadores trimestrais para o investimento em capital fixo no Brasil. Para tal, desenvolve-se uma metodologia apropriada, aplicando-a em seguida para o período 1975/87. Os resultados obtidos mostraram-se muito aderente às séries anuais divulgadas pelo IBGE. Estes indicam uma tendência geral de queda na participação do investimento no PIB que, após atingir seu pico no terceiro trimestre de 1976, cai quase continuamente até 1981. A partir de então, o processo de retração se intensifica, com a relação investimento/PIB atingindo um mínimo no início de 1984. Em meados de 1985 inicia-se uma recuperação, interrompida ao final de 1986, mas esta é insuficiente para recuperar os níveis do princípio da década.