O trabalho examina a evolução, em suas linhas gerais, do processo de formação de políticas agrícolas do Brasil, no período que vai da Proclamação da República ao fim da II guerra. Neste mais de meio século a economia e a sociedades brasileiras passaram por consideráveis mudanças. Em 1889, a escravidão havia sido recém-obtida e estava em pleno funcionamento o modelo primário-exportador, apoiado no café; em 1945, a indústria já se havia tornado setor dinâmico da economia, e a estrutura social do País apresentava-se bem mais diversificada e complexa que no início do período. Nesse interregno, o bem-estar das oligarquias de base rural deixou de ser a principal meta das políticas públicas, e a atuação do Estado voltou-se principalmente para modernização urbano-industrial. Consequentemente, a agricultura passou de objeto das preocupações oficiais a instrumento do projeto de modernização.