Destaca, precisamente, o estado das artes das políticas de desenvolvimento rural de base familiar anterior à pandemia, assinalando as tendências de perda de recursos e retração institucional que configuram um quadro de desmantelamento da política. Em seguida, na terceira seção, o texto confronta esse cenário com a pauta de reivindicações defendida pelos movimentos e pelas entidades ligadas à agricultura familiar, bem como destaca seus pontos de convergências com as ações de resposta – ou as sinalizações de intenção – do governo federal. Também nessa seção, busca-se delinear a trajetória do aumento de preços dos alimentos ao longo da pandemia, tendo por quadro de fundo as políticas públicas relacionadas à questão. Nas considerações finais, são apontados possíveis caminhos para uma política de desenvolvimento rural pós-pandemia. Em síntese, tais caminhos vão, principalmente, na direção da construção de mercados para os agricultores familiares e da promoção de sistemas produtivos mais sustentáveis, tendo, por eixo estruturante, o abastecimento e a segurança alimentar.