Este comunicado tem como objetivo analisar a evolução dos dados urbanos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada nos períodos de 2002/2003 e 2008/2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para definir a classe de despesas urbanas, foram selecionadas e agrupadas as diferentes despesas da POF 2008/2009 e suas correlatas na POF 2002/2003 em sete categorias de despesas: a) taxas urbanas; b) aluguel; c) tributos imobiliários; d) aquisição de imóvel; e) condomínio; f) água; e g) transporte urbano. Para a análise, elaboraram-se dois indicadores: a proporção (frequência) de famílias que declararam realizar a despesa e a mediana da participação da despesa na renda total (monetária e não monetária) somente entre essas famílias que declararam realizar tal despesa. Esse último indicador se justifica por fornecer melhor visão do peso da despesa no orçamento familiar. Caso optássemos por utilizar a participação da despesa na renda tanto de famílias pagantes como não pagantes, aquelas despesas de menor frequência entre as famílias teriam baixo indicador, mesmo tendo alto peso no orçamento de quem as consome. O texto foi divido em três seções, além desta introdução e das considerações finais. Na primeira seção são apresentados os resultados nacionais da POF 2008/2009 e sua comparação com os dados da POF 2002/2003. São exibidos os indicadores de frequência de pagantes no Brasil e a participação da despesa anual na renda anual (monetária e não monetária) somente dessas famílias pagantes. A segunda seção desagrega os dados da POF 2008/2009 analisando os resultados por seis faixas de estrato familiar, de forma a medir o perfil distributivo da despesa. A terceira seção faz uma análise regional dos dados, dividindo-os nas cinco grandes regiões brasileiras. Dentro de cada grande região brasileira elaborou-se ainda uma subdivisão entre municípios de capitais e regiões metropolitanas (RMs) e em municípios do interior urbano.