A transição energética é hoje um processo ineludível para os países em desenvolvimento, que põe em debate o equilíbrio entre a segurança energética, a equidade social, a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento tecnológico produtivo. Este último está plantando a possibilidade de transformar a transição energética em um espaço de oportunidade para o desenvolvimento de novas capacidades tecnológicas associadas à geração de energia de fontes renováveis (EFR), o que contribui para aumentar a competitividade e completar a estrutura produtiva destes países. A partir do debate que representa a literatura econômica evolucionista e neoschumpeteriana respeitando o papel das indústrias dedicadas à exploração e transformação de recursos naturais no desenvolvimento econômico, este artigo se propõe a aprofundar a dinâmica inovadora dessas indústrias e as condições de mercado, organizacionais, institucionais e tecnológicas que moldam. Mediante a revisão de diversas fontes de dados secundários, o artigo analisa quatro casos de estudo correspondentes às indústrias de produção de biogás, biodiesel, energia eólica e hidrogênio baixo em emissões na Argentina. Observa-se que nenhuma dessas condições por si só é suficiente para impulsionar espaços de aprendizado e inovação, pelo que é necessário considerar suas múltiplas interações e a heterogeneidade dessas indústrias para projetar uma transição energética que priorize o desenvolvimento tecnoprodutivo. Além disso, a presença de inovações não necessariamente implica o desenvolvimento de capacidades tecnológicas pelo que persistem interrogantes sobre as condições que habilitam os processos de aprendizagem e inovação.