O texto aborda a relação entre universidade e empresa no contexto brasileiro, destacando a dinâmica atual e suas limitações para impulsionar a produtividade econômica e resolver problemas socioeconômicos do país. Enfatiza a falta de compreensão das diferenças setoriais resultantes de trajetórias tecnológicas específicas, com ênfase na atividade de desenvolvimento de programas de computador. O capítulo não busca testar uma hipótese específica, mas sim apresentar argumentos com embasamento empírico para inferir sobre a validade dessas relações, explorando as características da trajetória tecnológica global nesse setor. Para atingir seu objetivo, o capítulo utiliza o conceito neoschumpeteriano de trajetória tecnológica, apoiado em uma base de dados inédita relacionada à propriedade intelectual de Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras. Dividido em cinco seções, o texto discute a relevância da pesquisa acadêmica para o desenvolvimento de programas de computador, apresenta a metodologia do estudo, divulga os resultados do interesse comercial nas pesquisas realizadas nessas instituições e analisa esses resultados à luz da fundamentação teórica neoschumpeteriana. O capítulo conclui com reflexões sobre os limites e possibilidades do sistema brasileiro de inovação, aprofundando o entendimento sobre a relação universidade-empresa, especialmente em setores com maior pertinência teórica.