Este estudo analisou a dinâmica da cadeia produtiva da soja brasileira, com o intuito de entender o posicionamento dos produtores/exportadores do setor, no que tange à produção, ao mercado externo e ao meio ambiente. Além disso, foram agregados à discussão o processo de certificação da soja por meio da adesão às normas voluntárias de sustentabilidade (NVS) e a relevância dessa nova forma de regulamentação de mercado. Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o tema. Assim, iniciou-se tal revisão com o mapeamento da cadeia produtiva da soja brasileira e a posição do Brasil no cenário internacional. Após isso, relacionou-se o papel das certificações no gerenciamento dos efeitos da produção sobre o meio ambiente. Para essa segunda etapa, foram coletadas informações relevantes de produtores, exportadores e empresas que certificam a soja brasileira. Salienta-se que apenas duas certificações se destacam nessa cadeia produtiva: a ProTerra e, principalmente, a Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS – em inglês, Round Table Responsible Soy). Os resultados trazem a importância da criação da moratória da soja no Brasil, que tem como foco a preservação da Amazônia, refletida pelo compromisso de não comercializar ou financiar soja produzida em áreas desmatadas nessa região. No que se refere à certificação, as entrevistas com produtores, certificadoras e associações demonstraram que esses agentes estão cientes da necessidade de adotar os certificados e da diversidade de opções disponíveis no mercado. Ademais, elucidam a importância de possuir a certificação, tanto para a preservação ambiental, quanto para acessar os mercados mais exigentes, como é o caso da União Europeia, e, com isso, conseguir obter um preço mais alto para seu produto.