Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Economia. Desenvolvimento Econômico

Uma análise da heterogeneidade intrassetorial no Brasil na última década

Nogueira, Mauro Oddo; Oliveira, João Maria de; Infante, Ricardo (Debates); Vasconcelos, Lucas Ferraz (Debates); Sousa, Alexandre Gervásio de (Debates; Squeff, Gabriel Coelho (Contribuições, comentários e sugestões);


Economia. Desenvolvimento Econômico: Livros.

Publicado em: Mai-2014


Uma análise da heterogeneidade intrassetorial no Brasil na última década

A heterogeneidade estrutural (HE) pressupõe significativa disparidade entre os níveis de produtividade do trabalho dos diversos agentes econômicos e que esta disparidade se perpetua no tempo. Este estudo objetiva entender como as dessemelhanças internas a cada setor econômico reproduzem-se e relacionam-se na conformação da heterogeneidade como um todo, ao observar seu comportamento ao longo da última década (2000-2009). Uma perspectiva da heterogeneidade intrassetorial foi construída tanto por meio da análise da evolução em nível das produtividades de cada setor da economia, quanto por intermédio de sua dispersão, medida por meio de seu coeficiente de variação (CV). O estudo incorpora, ainda, análise da decomposição (shift-share) da produtividade da economia como um todo, bem como identifica em que medida mudanças setoriais de produtividade e mudanças estruturais contribuíram para a transformação da produtividade do agregado econômico. A analise foi dividida em três partes: a economia como um todo, a indústria e os serviços. Para a primeira, foi registrado aumento contínuo tanto do valor adicionado (VA) quanto do pessoal ocupado (PO) e da produtividade do trabalho, apresentando-se, ainda, o registro de convergência produtiva (redução do CV) ao final do período. A análise da contribuição de cada um dos setores para este movimento da produtividade indica que o setor de serviços respondeu por 98,71% do aumento da produtividade. Destaca também significativa elevação na produtividade das atividades agropecuárias, com diminuição de valor absoluto do PO, resultado das mudanças no perfil tecnológico da atividade. No comportamento da indústria, constatou-se crescimento contínuo do VA e do PO, com diminuição do CV. No entanto, a produtividade do setor industrial apresentou tendência de queda durante todo o período, com recuperações não sustentadas entre 2002 a 2004 e 2005 a 2007. Esta convergência “não virtuosa” originou-se na indústria de transformação, exatamente o setor que se espera que deveria imprimir maior dinamismo à economia. Em contrapartida, o setor extrativista teve comportamento positivo ao longo de todo o período. Quanto aos serviços, ainda que sua produtividade permaneça sendo menor que a da indústria, no início do período analisado, esta era de 75% daquela da indústria; porém, ao final do período, este valor já havia alcançado 85%. No entanto, a dinâmica da modernização que produziu este resultado aplica-se de forma diferenciada nos diversos segmentos do setor. Assim, o coeficiente de variação do setor cresceu 12,2% no período. Isto enseja evidências de que o setor de serviços, apesar de toda a expansão de seu PO e de seu VA, se tornou ainda mais heterogêneo. Assim, há sinalização de que a economia pode estar caminhando para uma fragilidade em relação à conjuntura internacional, criando dependência dos preços internacionais de commodities e do mercado financeiro global, sem se beneficiar sistemicamente da “janela de oportunidades” decorrente de apreciação favorável dos termos de troca.

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