O texto contribui com a discussão da Meta 11 do Plano Nacional de Cultura, que propõe o aumento do emprego formal do setor cultural, apoiada na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Aborda-se o mercado de trabalho cultural a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), por abranger a informalidade, dinâmica não abarcada pela Rais. Parte-se do estudo sobre o mercado de trabalho da cultura, suas características e contrapontos em relação às transformações no mundo do trabalho contemporâneo, bem como as relações de emprego da sociedade salarial e suas possíveis associações com a estruturação do trabalho artístico e cultural. Analisam-se os dados a partir da reflexão acerca da informalidade e precarização em comparação com as singularidades do mundo do trabalho da cultura e das artes, no qual prevalece a dinâmica do trabalho em rede, flexibilidade, liberdade e organização por projetos. Somam-se considerações a respeito das limitações e alcances das bases de dados para capturar os dinamismos reais do mercado de trabalho cultural.