Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Comércio Internacional

O Estudo da política externa como política pública : vinho velho em garrafas novas ?

Pinheiro, Leticia; Gonçalves, Fernanda Nanci;


Comércio Internacional: Artigos.

Publicado em: Dez-2023


O Estudo da política externa como política pública : vinho velho em garrafas novas ?

Com a consolidação da subárea de análise de política externa (APE) no Brasil, surgiram novas abordagens apontando para a diversificação crescente de atores partícipes do processo decisório da política externa. Tal como ocorreu no Brasil, nos espaços acadêmicos de países com densa produção na área, observou-se um movimento que incentivou analistas de política externa a abrirem o diálogo interdisciplinar para explicar essa realidade. Assim, pesquisadores estrangeiros e brasileiros passaram a fazer novas perguntas de pesquisa, fortalecendo o interesse sobre a dinâmica da politics no universo da política externa, ampliando o diálogo com a área de análise de políticas públicas (APP). Este artigo objetiva discutir como a subárea de APE tem enfrentado os efeitos da nova configuração do processo decisório da política exterior, examinando, em particular, seu diálogo com a literatura de APP. Por meio de uma abordagem qualitativa, baseada em revisão da literatura no Brasil e no exterior, este artigo busca responder às seguintes questões: como a APE tem usado metodologias e conceitos da APP para explicar o processo decisório e o conteúdo da política externa, além de discutir a sua avaliação? Quais os benefícios decorrentes deste procedimento? Quais são os obstáculos que têm sido enfrentados nessa empreitada? Por fim, responde-se à pergunta do título deste artigo em que a referência à parábola do vinho velho em garrafas novas lança luz sobre questões relativas à natureza do objeto da investigação, da inovação teórica e metodológica e da fertilização cruzada entre a APE e a APP. Conclui-se que há um significativo avanço no diálogo entre as subáreas no Brasil e no exterior, o que traz inúmeros benefícios recíprocos, podendo ampliar o escopo e trazer à luz novas conexões entre os planos interno e externo, assim como incentivar a reflexão sobre a própria natureza da política externa e das demais políticas públicas.

MAIS DETALHES * Abrirá no Repositório do Conhecimento do Ipea, em nova página.

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