Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Comércio Internacional

Crise internacional : balanço e possíveis desdobramentos

Jacob, André; Ferreira, Eduardo; Prado, Daniel; Goveia, Luana; Ferreira, Vinicius; Piñón, María; Acioly, Luciana; Garcia, João Cláudio; Cintra, Marcos Antonio Macedo; Matijascic, Milko;


Comércio Internacional: Relatórios de Atividades / Técnicos.

Publicado em: Nov-2009


Crise internacional : balanço e possíveis desdobramentos

Quando se deu a quebra do banco dos Estados Unidos da América, Lehmann Brothers, e foi deflagrada a crise, a maior parte dos analistas relacionou o contexto com a Grande Depressão de 1929, que reduziu severamente a produção e elevou o desemprego de forma avassaladora, gerando a pior situação social dos países industrializados da história recente. Decorrido mais de um ano da quebra do Lehmann Brothers, é possível dizer que o sofrimento e as dificuldades da Grande Depressão geraram ensinamentos muito úteis, considerando a rápida intervenção estatal, a coordenação internacional entre governos para evitar a bancarrota. Keynes voltou ao seu devido lugar. Os resultados foram, sem dúvida, positivos. Tudo indica que o desastre foi evitado, que não houve um colapso das economias e que os fatos promoveram o merecido descrédito à desastrada ideia de Estado mínimo, da desregulamentação como princípio absoluto e de um ambiente institucional em que o social foi submetido ao econômico. Ou seja, a conjuntura trouxe de volta à cena as preocupações sociais e com a melhoria geral do padrão de vida como forma de estímulo da economia aliada ao aumento do bem-estar. O esforço realizado pelos governos ao ativar as políticas fiscais via gastos e, ao mesmo tempo, gerando liquidez para atender as demandas por ativos financeiros e evitar o pânico, criou um clima de confiança entre os detentores de liquidez. Essa conjunção de fatores permitiu evitar o colapso de bancos e grandes corporações, o que, em última instância, tornou a escalada do desemprego menos severa, e os riscos de deflação menos danosos. A humanidade voltou a perceber que, como dizia Fernand Braudel, iminente historiador francês, Estado e mercado são dois aliados inseparáveis, e o regime de produção baseado no capital somente encontra condições ideais onde atua em simbiose, ao contrário do que pregou a vulgata liberal, sempre despida da análise histórica. Assim, ter permitido que um ideário tão simplista e recheado de equívocos pudesse interferir no desenvolvimento e na formulação de políticas públicas tem um preço, e esse preço é o da redução do processo de desenvolvimento.

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