Pires, Murilo José de Souza;
Desenvolvimento Regional: Livros.
Indústria: Livros.
Publicado em: Ago-2021
As economias das Unidades da Federação (UFs) da região Centro-Oeste, desde os anos 1990, estão passando por uma modificação em seu estilo de desenvolvimento, visto que os fatores externos se tornaram mais pulsantes vis-à-vis aos fatores internos como determinantes nas transformações das estruturas produtivas deste espaço regional. Mais conectadas aos mercados internacionais, estas economias locais aceleraram o processo de modernização de suas estruturas produtivas, porém, sem romper com sua condição de subdesenvolvimento. É neste contexto que tece toda a trama desta investigação, quer dizer, verificar se há alguma redução no hiato existente entre a produtividade média do trabalho dos setores industriais por fatores de competitividade nas UFs que formam a região Centro-Oeste vis-à-vis ao estado de São Paulo, no período de 1996 a 2016. Para tanto, adota-se o método histórico-estrutural como meio para testar e validar a evidência empírica que o diferencial de produtividade média do trabalho dos setores industriais por fatores de competitividade centro-oestinos vis-à-vis ao estado de São Paulo vem se reduzindo no interstício de 1996 a 2016. Neste sentido, os setores industriais por fatores de competitividade da região Centro-Oeste que apresentaram maior convergência em termos de produtividade do trabalho (PT) industrial vis-à-vis ao estado de São Paulo foram os baseados em recursos naturais, diferenciado, intensivo em escala e intensivo em trabalho. Com exceção do Distrito Federal, nenhuma UF do Centro-Oeste apresentou uma redução na lacuna entre o diferencial de PT industrial vis-à-vis ao estado de São Paulo naquilo que se refere ao setor baseado em ciências. Deste modo, é importante sublinhar que o grau de heterogeneidade entre os setores industriais que constituem as UFs do Centro-Oeste e o estado de São Paulo apresentou, no interstício de 1996 a 2016, um declínio, visto que os seus valores se aproximaram mais da média de cada UF, sinalizando, por conseguinte, que a difusão do progresso técnico seguiu pelo caminho de uma maior homogeneização inter-regional. Porém, é importante acentuar que isto não significou que UFs analisadas tenham superado a dualidade existente entre as empresas que modernizaram e aquelas que ainda se mantiveram agarradas aos grilhões das técnicas arcaicas e tradicionais. Isto reforça a dependência tecnológica deste espaço regional em relação ao padrão tecnológico estabelecido nos países centrais, uma vez que as UFs da região Centro-Oeste possuem pouca capacidade de geração endógena de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Este fato reforça a necessidade de formulação de estratégias estaduais em CT&I para reduzirem a dependência destes estados vis-à-vis às inovações tecnológicas que são produzidas nos países centrais.
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