Os sistemas de transporte público vêm perdendo demanda nos últimos vinte anos na esteira do crescimento do transporte individual motorizado e do aumento real dos preços das tarifas dos sistemas públicos. O problema disso é que os sistemas de mobilidade urbana se tornam cada vez menos sustentáveis em função do aumento das externalidades negativas do transporte, como acidentes com vítimas, poluição e congestionamentos urbanos. À luz das propostas de alteração desse modelo de financiamento com vistas à adoção de políticas de redução do preço das tarifas do transporte público, o texto traz evidências empíricas do benefício econômico, social e operacional dessas políticas pela avaliação do caso da cidade de Fortaleza-CE, que congelou o preço de suas tarifas de transporte durante cinco anos. Utilizando métodos econométricos de avaliação de políticas (controle sintético e diferenças em diferenças), pôde-se verificar que, com o congelamento de preços, houve redução do desemprego nas camadas de renda mais baixas e maior uso do transporte público em detrimento do transporte individual, o que tornou o sistema de mobilidade mais sustentável.