Santos, Beatriz Abreu dos; Nasuti, Stéphanie; Coudel, Emilie;
Administração Pública. Governo. Estado: Artigos.
Meio Ambiente. Recursos Naturais: Artigos.
Publicado em: Dez-2024
Nos últimos anos, diversas abordagens têm questionado as lógicas subjacentes às práticas da governança ambiental convencional, questionando em particular as premissas sobre as relações sociedade-natureza que prevalecem nos arranjos de governança socioambiental que colocam os atores locais em diálogo com o Estado. Neste artigo, refletimos sobre a governança na prática, no intuito de conceitualizar como as inovações nas práticas políticas das organizações comunitárias, construídas por elas a partir da valorização dos modos e representação da vida, contribuem para ampliar e renovar o referencial de políticas públicas na Amazônia. Embasamos nossa reflexão nas articulações desenvolvidas por um coletivo de jovens oriundos das várzeas de Santarém, os Guardiões do Bem-Viver. Entendemos esse movimento como emblemático da renovação dos movimentos sociais na Amazônia brasileira, com implicações pragmáticas para a política ambiental em nível municipal. Em 2023, o coletivo lançou uma campanha pelo reconhecimento dos direitos do rio Arapiuns, que nos inspira a pensar sobre as novas políticas ambientais que podem surgir desses processos, com base nos direitos da natureza e nos princípios da bioculturalidade. Essa prática política reafirma a necessidade de levar em consideração a dimensão ontológica (que aponta para uma ética relacional entre os seres vivos – humanos, encantados, animais, rio e floresta) quando se trata de governança da política ambiental na Amazônia.
Arquivo | Descrição | Formato | Tamanho | Acesso |
BRUA_32_Artigo_11_novos_sugeitos_politicos.pdf | Adobe PDF | 126.22 KB | visualizar |