Em outubro de 1973, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) formou um poderoso cartel, elevando os preços do petróleo bruto de US$ 2,5 para US$ 11,0 por barril. Essa súbita alta causou uma ampla redistribuição da renda mundial em favor dos países exportadores de petróleo e trouxe sérios problemas de adaptação para os países importadores. A curto prazo, esses governos enfrentaram grandes déficits em seus balanços de transações correntes e precisaram distribuir os custos da crise entre todos os segmentos da sociedade. A longo prazo, surgiu a necessidade de desenvolver fontes alternativas de energia e adaptar tecnologias e estilos de vida. Em termos econômicos, os países importadores precisaram ajustar suas economias para enfrentar a queda nas trajetórias de crescimento da renda nacional, o aumento dos custos de produção e a redução da rentabilidade dos investimentos internos. O Brasil, por exemplo, adotou uma estratégia de desaceleração progressiva para manter elevados níveis de importação de petróleo e estimular o investimento interno, resultando em crescimento econômico, mas também em aumento da dívida externa e pressões inflacionárias.