Vahdat, Vahíd Shaikhzadeh; Favareto, Arilson; Favarão, Cesar;
Administração Pública. Governo. Estado: Capítulos de Livros.
Publicado em: 2022
Este capítulo tem um objetivo duplo – um de natureza teórica e outro de natureza empírica. Sob o ângulo teórico, trata-se de mostrar que, para que o uso de evidências cumpra o seu propósito de informar o processo de tomada de decisão, é necessário responder a três perguntas interdependentes. Primeiro, é preciso perguntar: Evidências sobre o quê? Não se trata apenas de definir a área de uma intervenção ou política. O que se quer enfatizar com esta pergunta é que há diferentes maneiras de definir o problema sobre o qual se quer atuar. Usando a mesma denominação – por exemplo, inclusão produtiva rural –, pode-se delimitar as causas do problema em diferentes aspectos da realidade: a tecnologia disponível, o nível de capitalização, o acesso a mercados, as condições básicas de vida, mesclas destas várias dimensões. E isso exercerá um papel crucial na definição de quais evidências precisam ser consideradas. Em seguida, é preciso perguntar: evidências para quê? Isto é, há diferentes caminhos para atuar sobre o problema delineado. E cada caminho implica repertórios distintos de ações que também pedem, cada um deles, determinados tipos de evidência em seu suporte. Por exemplo, ações multidimensionais pedem evidências acerca das interdependências entre as áreas mobilizadas e não somente sobre o objeto de cada uma delas, enquanto ações de tipo top-down e unidimensionais tendem a exigir somente evidências sobre o monitoramento de sua implementação. Assim, é apenas depois de explorar essas duas perguntas, e em função das escolhas que elas obrigam fazer, é que poderíamos procurar responder à questão: que evidências mobilizar?
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