A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo em 2018 destacando a importância do trabalho de cuidado para a criação de empregos globais, com 381 milhões de pessoas empregadas, 65% delas mulheres. O estudo sublinhou a necessidade de entender melhor as pessoas que trabalham com cuidado. O trabalho de cuidado é complexo, envolvendo tanto tarefas instrumentais quanto relações de afeto, e é motivado pelo bem-estar dos beneficiários. Desde os anos 2000, estudos sobre o valor do cuidado remunerado e não remunerado têm aumentado, destacando sua importância para o mercado de trabalho. O Brasil possui o maior número de trabalhadoras domésticas no mundo, com cerca de 7 milhões. O mercado de cuidados domésticos cresce rapidamente, mesmo em tempos de crise, e é fundamental para a organização das famílias. A demanda por estudos sobre o mercado de trabalho de cuidados é grande devido à tradição de emprego doméstico do país. Intermediários como agências de emprego e empresas-plataforma se tornaram relevantes para conectar oferta e demanda de cuidados. Estudar o mercado de trabalho de cuidados e categorizar suas ocupações é um desafio significativo. O texto se estrutura em quatro seções além da introdução, discutindo a definição do mercado de trabalho de cuidados, categorias ocupacionais, desafios metodológicos e caracterização do mercado. A análise se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019, antes da pandemia, para entender o mercado e seus impactos posteriores. A última seção apresenta considerações finais sobre a importância do trabalho de cuidado para a organização social e econômica.