Este estudo analisa a evolução da distribuição de rendimentos no Brasil entre 1976 e 1985, buscando identificar os mecanismos econômicos que influenciaram as mudanças na desigualdade durante o período. Com base nos dados da PNAD, conclui-se que, diferentemente da década de 1960, o efeito composição, à la Kuznets, teve pouca relevância, enquanto o efeito renda, relacionado às mudanças nos diferenciais de renda entre grupos socioeconômicos, desempenhou o papel principal. A análise sugere que essas mudanças distributivas foram influenciadas tanto pelo ciclo econômico quanto pelas transformações estruturais ocorridas na economia brasileira no início da década de 1970. O estudo argumenta que o impacto distributivo do crescimento econômico depende do tipo de estratégia de desenvolvimento e das políticas macroeconômicas adotadas, destacando a possibilidade de conciliar eficiência econômica e justiça social.