Este artigo trata da necessidade de definir pobreza de modo que o conceito seja relevante no contexto ao qual se pretende aplicá-lo, compatível com a disponibilidade de dados estatísticos e útil para o desenho de políticas públicas. Discute a adequação do conceito a diferentes situações socioeconômicas e analisa as duas abordagens de pobreza — a dos basic need e a da renda (ou da linha de pobreza) — no que concerne a suas vantagens e desvantagens. O artigo destaca quão perversa pode ser a generalização do uso da abordagem da linha de pobreza, especialmente quando aplicada a contextos socioeconômicos em que a renda não é um parâmetro adequado de bem-estar e os dados estatísticos disponíveis são insuficientes para a sua operacionalização.