Barros, Marinana Andrade e; Secches, Daniela Vieira;
Meio Ambiente. Recursos Naturais: Artigos.
Publicado em: Mar-2024
Historicamente, as divergências entre os entes federados brasileiros no âmbito da paradiplomacia são raras. Contudo, a agenda política de Jair Bolsonaro (2019-2022), baseada no questionamento da ordem internacional liberal, levou a uma importante fratura nos entendimentos estabelecidos entre os governos estaduais e federal sobre a atuação internacional subnacional. Alguns estados-membros, na contramão do Executivo federal, passaram a cooperar diretamente com entidades estrangeiras ao identificar, em discursos radicalizados e ações negacionistas, dinâmicas nocivas aos governos estaduais – com perda de recursos financeiros ou erosão de políticas públicas locais. Chamamos esse fenômeno de “paradiplomacia de resistência”. É possível vê-lo em vários campos da agenda política, especialmente no âmbito da preservação ambiental. Seguindo a diretriz de extrema-direita e com o apoio do agronegócio, o governo Bolsonaro classificou a questão climática como pauta marxista e secundária. O artigo analisa as ações tomadas por governos estaduais frente aos questionamentos propostos por atores internacionais sobre os índices de desmatamento e queimadas, e as reações à perda de recursos financeiros internacionais. Ao engendrar uma ruptura com essa antipolítica, concluímos que os governos estaduais usaram a paradiplomacia para moderar a posição federal, buscando assim se aproximar da governança ambiental global.
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Temas: Meio Ambiente. Recursos Naturais -