O trabalho expõe um modelo multissetorial desenvolvido inicialmente para os países da América Latina e posteriormente adaptado para o Brasil. Tendo como principais características as exogeneidades dos rendimentos do trabalho, das exportações, do consumo do Governo, de uma parcela dos investimentos e do endividamento externo, o modelo gera endogenamente as produções setoriais, o PIB global, a parcela restante dos investimentos e os valores das importações e do nível de reservas. A preocupação básica do modelo é avaliar o grau de viabilidade de políticas redistributivas tendentes a reduzir o leque de remunerações através da elevação dos salários de base. Para isso, foram feitas quatro simulações a partir de diferentes hipóteses sobre a evolução das remunerações por falta de renda. Conclui-se que tal distribuição é viável, desde que feita moderadamente, visto que as perdas observadas nas contas externas não chegam a comprometer a posição do país, permitindo em todos os casos a obtenção de taxas de crescimento relativamente elevadas vis-à-vis as taxas de expansão dos países desenvolvidos.