Chiarini, Tulio; Silveira, Sérgio Amadeu da;
Tecnologia. Inovação. Informação. Conhecimento: Livros.
Publicado em: Out-2022
Diante da importância atribuída à inteligência artificial (IA) e devido ao seu caráter transversal e pervasivo, muitos governos têm elaborado estratégias nacionais de IA, em um movimento de competição tecnológica. Até o momento, 56 países, além da União Europeia (UE), possuem documentos mais ou menos sistematizados, os quais foram mapeados pelo Observatório de Políticas de IA da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Embora existam estudos que proponham análises destas estratégias sob diferentes perspectivas e metodologias, há ainda espaço para debatê-las a partir de outros pontos de vista, sobretudo com base na consistência do diagnóstico dos problemas-chave identificados em cada um dos documentos. Os países examinados neste Texto para Discussão são Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Coreia do Sul. As estratégias do grupo sul-americano e da Coreia do Sul não estão isentas de lacunas em relação ao diagnóstico dos problemas-chave: na maioria das vezes, as estratégias apresentaram diagnósticos baseados em evidências insuficientes e pouco consistentes, usando com frequência indicadores inadequados e até mesmo insatisfatórios para subsidiá-los. As análises qualitativas apresentadas trazem uma contribuição dupla para os debates sobre estratégias nacionais de IA. Em primeiro lugar, elas dão luz ao Estado como ator central em um campo dominado por arranjos de governança privada, revelando a possibilidade das interações híbridas em formação. Em segundo lugar, elas capturam a variedade de abordagens adotadas pelos governos para responder aos desafios da IA, embora as estratégias de Argentina, Brasil, Chile e Colômbia estejam atreladas ao movimento global puxado por outros países.
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