A problemática tecnológica brasileira tem merecido atenção crescente tanto dos profissionais e dos organismos ligados ao complexo nacional de ciência e tecnologia quanto daqueles voltados para o estudo e a formulação política do processo de desenvolvimento brasileiro. A atenção concedida a esta problemática parece decorrer do reconhecimento de que a aceleração do dinamismo tecnológico das economias mais avançadas e a crescente sofisticação das necessidades do próprio sistema produtivo nacional não tem sido acompanhadas de maneira satisfatória pela produção científica e tecnológica do País. Tal evolução implica em um duplo alargamento de hiato: o "hiato absoluto", aquele que separa a tecnologia empregada internamente das últimas inovações incorporadas ao estoque mundial de Know-how, tem se incrementado; igualmente crescente tem sido o "hiato relativo", aquele correspondente ao desnível entre a demanda interna e a oferta interna de tecnologia. Importa considerar o alargamento desse "hiato relativo" sobretudo porque a ênfase quanto aos fatores responsáveis por essa defasagem e as soluções propostas nem sempre tem sido formuladas de maneira precisa: é relevante a contribuição que pode resultar de um reexame dessa questão de parte das principais instituições de pesquisa do País.