A discussão sobre a formação de profissionais em Tecnologia da Informação (TI) no Brasil tem sido intensa, abrangendo diversos setores como empresas, mídia, instituições acadêmicas e órgãos de políticas públicas. Em meio a essa discussão, uma assertiva destacou um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de profissionais de TI no mercado brasileiro, sugerindo a existência de um déficit prejudicial ao desenvolvimento econômico do país. Esta Nota Técnica busca fornecer indícios para esclarecer a validade dessa assertiva, concentrando-se na análise dos profissionais que ingressaram no mercado de trabalho em ocupações de TI em 2010, com foco nas trajetórias até 2021. O estudo aborda tanto o mercado assalariado quanto o não assalariado de bens e serviços de TI, utilizando uma abordagem longitudinal. Enquanto alguns estudos recentes apontam para um eventual apagão de profissionais de TI no Brasil, a metodologia e conclusões variam, destacando problemas qualitativos no perfil de formação em TI em relação às demandas da indústria. O estudo apresentado inova ao utilizar informações longitudinais, mas ressalta limitações associadas a abordagens descritivas e à focalização predominantemente no mercado de trabalho. A análise inicial sugere trajetórias bastante distintas para os profissionais de TI, dependendo de várias circunstâncias, indicando a necessidade de pesquisas adicionais para uma compreensão mais aprofundada da dinâmica do mercado de trabalho em TI no Brasil.