Beltrão, Kaizô Iwakami; Teixeira, Moema De Poli;
Demografia. População: Livros.
Educação: Livros.
Gênero e Raça.
Publicado em: Out-2004
Este trabalho acompanha a população de nível superior no Brasil desde o Censo de 1960 até o Censo de 2000, a partir das variáveis de sexo e cor, procurando identificar as tendências de crescimento na participação de mulheres e de pretos e pardos nas diferentes carreiras universitárias. Estudos recentes têm apontado para a segmentação desse mercado universitário tanto para as mulheres [Bourdieu (1999)] quanto para os negros [Teixeira (1998), Queiroz (2000) e Guimarães e Prandi (2001)]. Este texto pretende verificar as duas tendências no tempo, buscando observar se elas seguem ou não um mesmo padrão de seleção social e hierarquização nos moldes dos determinantes socioeconômicos constatados por Ribeiro e Klein (1982) nos anos 1980. O que se conclui é que sim, existe uma certa coincidência entre as trajetórias de acesso das mulheres e dos grupos de cor/raça socialmente menos privilegiados. Os caminhos que representam exceções para os homens pretos e pardos são os mesmos considerados por Julien Sorel na obra de Stendhal: O vermelho (carreira militar — Defesa Nacional) e o negro (carreira eclesiástica — Teologia).
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