Neste trabalho, destaca-se a importância do comércio, em particular o comércio interregional, para argumentar que as exportações desempenharam um papel crucial na dinâmica do emprego regional até meados da década passada. Para ilustrar sua hipótese, o autor utiliza as matrizes de insumo-produto do Nordeste (1980/85) para estimar o total de empregos (diretos e indiretos) vinculados às exportações, agrupando as estimativas de acordo com os diferentes mercados regionais e o internacional. A análise dos resultados revela a importância da redução do déficit comercial com a economia paulista e suas implicações no emprego da indústria regional. De forma indireta, o trabalho propõe uma visão divergente da noção de que o desenvolvimento regional teria ocorrido de forma dependente, considerando anômalo o fato de as empresas incentivadas se voltarem predominantemente para mercados não regionais. O autor concorda com a visão de que o desenvolvimento industrial da região dependeu de importações de insumos, bens de capital e poupança de outras regiões, especialmente do Sudeste do país, mas discorda da ênfase dada a esse aspecto e se opõe à crítica direcionada ao principal mercado da indústria regional.