A primeira metade dos anos 80 representa, do ponto de vista econômico, um período de ajuste da economia brasileira que se seguiu a um ciclo de crescimento de pouco mais de uma década. Essa "fase de transição" prolongou-se por quatro anos marcados pelo desequilíbrio no balanço de pagamentos, pela redução nos níveis de emprego, pela aceleração do processo inflacionário e, principalmente, pela incerteza quanto ao futuro. Sobretudo, foi um período que contribuiu para criar uma clara consciência da restrição de recursos (externa e interna) que provavelmente perdurará durante boa parte do restante da década de 80. Nesse sentido, torna-se fundamental uma análise das perspectivas para o final dessa década, bem como uma discussão das características principais de uma estratégia que procure criar condições para a retomada do desenvolvimento e promoção e consolidação de um ajuste estrutural do qual resultarão, necessariamente, novos padi-ões de produção, consumo e distribuição de renda, bem como alterações na posição que o Brasil hoje ocupa na divisão internacional do trabalho.