O objetivo deste trabalho é analisar as questões relacionadas à certificação internacional do café e verificar quais as eventuais vantagens em se aumentar a produção certificada, do ponto de vista de acesso a mercados e à diferenciação de preços. Em um primeiro momento, foram apresentadas informações sobre produção mundial e nacional, exportação e principais mercados consumidores do café brasileiro. Posteriormente, discutiram-se as principais certificações para o café, destacando área (hectares – ha) e produção (toneladas métricas) certificada e os principais requisitos para a obtenção de cada certificação. Por fim, algumas questões foram apontadas a partir de contatos com o mercado sobre os desafios e oportunidades da certificação para o café do Brasil. De forma geral, os resultados obtidos permitem concluir que a certificação traz diversos benefícios aos produtores de café. Há o benefício direto que está relacionado ao aumento do preço (preço prêmio) e outros indiretos, como: agregação de valor por meio de medidas que buscam mitigar os riscos ambientais e sociais; melhoria na estrutura de produção; melhoria na gestão dos custos; abertura ao mercado internacional; maior qualidade de vida; recebimento de assistência técnica; agregação de valor da propriedade ao realizar as adequações em sua infraestrutura; entre outros. Todavia, algumas questões precisam ser colocadas para debate no que se refere às certificações, como os custos para a obtenção dos selos, o grande número de certificados que podem conter os mesmos objetivos e que acabam confundindo o consumidor, a competição entre as certificadoras que podem acabar flexibilizando os requisitos para atrair mais produtores e o envolvimento de fazendas certificadas em práticas greenwashing e bluewashing.