O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB em inglês) ainda não recebeu a atenção que merece na comunidade de desenvolvimento. Por um lado, esta falta de atenção poderia ser parcialmente explicada por sua curta existência. Por outro lado, em seus primeiros cinco anos de operações, o banco se consolidou como uma fonte de financiamento do desenvolvimento no bloco, reivindicando originalidade do modelo de negócios tradicional dos bancos de desenvolvimento multilaterais. Nesse sentido, a lacuna de pesquisa sobre o banco aponta para uma falta de comunicação entre as reivindicações de originalidade do NDB e sua comunicação com a comunidade envolvida nos debates sobre desenvolvimento. Abordando o “novo no NDB” para consolidá-lo como um membro pleno da comunidade, este artigo analisa as primeiras operações do banco para entender as possibilidades do NDB de se posicionar como uma instituição orientada à missão de financiar a transição ecológica nos países BRICS por meio de parcerias com atores locais e instituições comprometidas com a noção de valor público. Para entender estas oportunidades, este artigo lança luz sobre cinco projetos selecionados do NDB e seu envolvimento com as agendas locais de desenvolvimento sustentável. Estudados em conjunto, os estudos de caso fornecem lições importantes sobre a abordagem do banco para alcançar sua originalidade, mas não pretendem avaliar o conjunto de seus primeiros cinco anos de operações – o que deve ser abordado por mais pesquisas. O artigo conclui sugerindo um roteiro de missão para que o banco considere em sua estratégia corporativa. Isto implica uma mudança de perspectiva a partir de seu atual foco restrito no investimento em infraestrutura sustentável, em direção a parcerias com atores locais da comunidade de desenvolvimento do BRICS. Para isso, é necessário um forte compromisso compartilhado com as noções de sustentabilidade e de valor público ao conectar as operações do banco e os desafios específicos de cada país para a transição ecológica.