O texto analisa o panorama atual e os desafios futuros relacionados à infância e à adolescência no Brasil, abordando questões como desigualdades sociais, raciais e econômicas, além do impacto do envelhecimento populacional. Com 51,7 milhões de crianças e adolescentes até 18 anos em 2022, o Brasil enfrenta uma realidade marcada por profundas disparidades no acesso a direitos básicos como saúde, educação e proteção social, especialmente entre crianças negras, indígenas e de baixa renda. Apesar de avanços significativos nas últimas décadas, como a redução da mortalidade infantil, a universalização do ensino fundamental e a queda no trabalho infantil, as desigualdades persistem, limitando o desenvolvimento integral de milhões de indivíduos nessa faixa etária. O texto destaca que a pobreza e o racismo estrutural perpetuam ciclos de exclusão, enquanto o envelhecimento populacional impõe novas pressões orçamentárias e desafios intergeracionais. A análise aponta a necessidade de políticas públicas eficazes que promovam o acesso equitativo a serviços essenciais e enfrentem disparidades estruturais, alinhando investimentos em crianças e adolescentes com estratégias para enfrentar o envelhecimento populacional. A educação e a saúde de qualidade são apresentadas como eixos centrais para construir uma força de trabalho qualificada e garantir a sustentabilidade econômica do país até 2050. Por fim, defende-se uma abordagem integrada, que combine o fortalecimento dos direitos das crianças com a implementação de políticas de cuidado, promovendo maior equilíbrio social e intergeracional.