Novo boletim do Ipea aborda temas internacionais

Novo boletim do Ipea aborda temas internacionais

No lançamento da publicação trimestral, pesquisadores apresentaram artigos sobre a geopolítica do etanol, crise e Mercosul

Pesquisador Samo Sérgio Gonçalves apresenta
artigo sobre o Mercosul

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou na terça-feira, 9, às 14h30, o Boletim de Economia e Política Internacional. A publicação é o primeiro produto coletivo da nova área de estudos internacionais do Instituto, criada em 2009 no âmbito da Diretoria de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod). Trimestral, o boletim tem como público alvo os gestores de políticas públicas vinculadas aos temas internacionais.

O editor da publicação, André Viana, diz que a ideia é dar visibilidade ao trabalho da área internacional do Ipea e estabelecer um diálogo com os atores da Esplanada dos Três Poderes e com outros setores, como a academia. “Nossa intenção é de que se problematizem os temas conjunturais e estruturais de forma profunda, mas não exaustiva, servindo de porta de entrada dos estudos mais completos elaborados pelos técnicos das diretorias”, disse.

Segundo o diretor da Dicod, Mario Theodoro, o boletim representa o avanço do Ipea na área internacional, reforçada com a chegada de 15 novos técnicos aprovados em concurso público realizado em 2009. “Eles se agregaram a colegas na casa que trabalhavam com a questão internacional. Agora temos uma diretoria estruturada, funcionando, trabalhando, discutindo as questões internacionais. A concretude de tudo isso está no boletim”, afirmou o diretor.

Temas
A primeira edição do boletim traz sete artigos, que contaram com a participação de 16 pesquisadores do Ipea. Durante a apresentação do boletim, três dos artigos foram apresentados pelos autores. Luciana Acioly falou sobre a reação dos países à crise econômica internacional e apresentou um quadro, presente no artigo, que mostra como 33 países utilizaram os instrumentos financeiros de resposta durante o período. Segundo a pesquisadora, enquanto os Estados Unidos utilizaram quase todos os instrumentos possíveis, a Turquia recorreu somente aos empréstimos de emergência do FMI.

Pedro Silva Barros falou sobre a geopolítica do etanol e os desafios para os próximos anos: diminuir as restrições dos mercados consumidores; aumentar o número de países produtores e enfrentar a campanha antietanol, com a aparente contradição entre a produção de alimentos e de biocombustíveis. Sobre a incerteza da oferta, o pesquisador diz que há como aumentar a produção. “Apesar do grande crescimento da demanda interna, há espaço forte para o aumento da produção porque a cana-de-açúcar, diferentemente de outros produtos agrícolas, pode responder rapidamente ao aumento da demanda. É preciso insistir nas políticas públicas para expandir a produção.”

As assimetrias estruturais no Mercosul foram o tema do artigo apresentado por Samo Sérgio Gonçalves. O artigo resume um estudo maior que será divulgado em breve pelo Ipea. Entre as políticas públicas na área, Samo destacou o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), criado para atenuar as diferenças em convergência estrutural, desenvolvimento da competitividade, coesão social e fortalecimento da estrutura institucional. A maior parte dos recursos vai para o Paraguai. “Embora pareça pouco e seja pouco US$ 100 milhões para o Brasil, para esses países menores é uma quantia não desprezível”, disse, explicando que os repasses do Focem equivalem a quase 1% do PIB paraguaio.

Leia a íntegra do Boletim Internacional

Veja os gráficos sobre a geopolítica do etanol

Veja os gráficos sobre o Mercosul

Veja os gráficos sobre Crise Internacional